Nokia abandona novo software para celulares baratos--fontes
A fabricante finlandesa de celulares Nokia abandonou um projeto de software criado para disputar mercado contra os celulares de baixo preço equipados com o sistema operacional Google Android, informaram três fontes com conhecimento direto dos planos da companhia.
A Nokia esperava que a plataforma de software baseada no Linux, conhecida pelo codinome Meltemi, substituísse o antigo sistema série 40 nos celulares de preço intermediário, mas desistiu do projeto como parte de sua forte campanha de corte de custos.
O abandono do plataforma significa que a Nokia corre o risco de perder sua forte posição no mercado de celulares de preço intermediário, com preços de 100 a 200 dólares. A Nokia detinha mais de 20 por cento desse mercado no primeiro trimestre, de acordo com o grupo de pesquisa IDC.
Stephen Elop, o presidente-executivo da Nokia, mencionou o Meltemi em um vídeo que vazou para a imprensa na metade de 2011, mas a empresa jamais havia confirmado a existência do projeto. A Nokia se recusou a comentar na quinta-feira.
A companhia anunciou 10 mil demissões em junho - um quinto de seus funcionários do setor de telefonia - como parte de seus esforços para sair do vermelho. As negociações quanto às demissões devem ser concluídas esta semana na Finlândia.
Uma das fontes, que trabalha em um fornecedor da Nokia, disse que os planos originais previam a existência no mercado de celulares equipados com o Meltemi a essa altura.
Celulares inteligentes como o Apple iPhone, que servem como plataforma a aplicativos desenvolvidos por terceiros, têm registrado o mais forte crescimento do setor. Mas os celulares intermediários, que têm suporte limitado a software de terceiros, ainda são os líderes do mercado em volume.
A plataforma série 40 da Nokia aciona cerca de 2 bilhões de celulares, o que a torna o sistema de maior presença no mercado. Mas o sistema não oferece recursos semelhantes aos de um celular inteligente, algo que o Meltemi poderia oferecer.
A Nokia abandonou sua plataforma própria para celulares inteligentes no ano passado, preferindo adotar o Microsoft Windows Phone, mas até agora a estratégia teve impacto limitado, em parte devido ao alto preço dos celulares que o utilizam.
(Por Tarmo Virki)
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