Mendes defende tributação diferente para gasolina e etanol em MT A defesa foi feita em meio à polêmica sobre o projeto que quer unificar ICMS da gasolina em todo país

O governador Mauro Mendes (União Brasil) defendeu nesta semana a carga tributaria do etanol e da gasolina no Estado, onde o ICMS é 12,5% e 23%, respectivamente.

A defesa foi feita em meio à polêmica discussão, que ocorre em Brasília. Um texto-base aprovado na Câmara recentemente limita o imposto sobre a gasolina em 17%. O temor é que, se aprovada no Senado, a medida possa tirar a competitividade da indústria do etanol em Mato Grosso.

Mendes relembrou que, no início do ano, já reduziu a carga tributária da gasolina para 23%, sendo a menor praticada entre os Estados do País.

“Aqui no Estado de Mato Grosso, de forma inteligente, nós reduzimos o [imposto do] etanol, porque nós produzimos álcool. Para produzir álcool nós precisamos de milho, pra produzir milho, nós precisamos de mão de obra, de gente trabalhando nos quatro cantos do Mato Grosso”, afirmou.

“Agora, vocês querem que eu incentive o consumo de gasolina que vem de outros países, que vem lá da Arábia? O Estado de Mato Grosso incentiva a construir aquilo que nós produzimos. Isso é uma política fiscal inteligente”, emendou.

Segundo o governador, o imposto mais baixo sobre o álcool é um dos incentivos a cadeia industrial do produto.

“A indústria do etanol está explodindo positivamente. Está crescendo. Só esse ano nós temos três grandes indústrias sendo construídas, investimento quase R$ 6 bilhões. É isso que nós fazemos, é entender os problemas de uma forma não convencional e atacá-los”.

“A política tributária do Governo vai ao encontro desse programa de industrialização que está acontecendo. Não foi à toa que nesses três anos a indústria de etanol praticamente triplicou a sua produção em Mato Grosso”, completou.

Dados do Sindicato das Indústrias de Bioenergia (Sindalcool) apontam que apenas Mato Grosso foi responsável por 25% da fabricação do etanol consumido no Brasil, uma vez que a produção no Estado foi de 4,07 bilhões de litros do biocombustível em 2021.

Para este ano, a projeção é de aumento de cerca de 500 milhões de litros.