Secretário defende concurso: “Polêmica é sempre dos reprovados” Bustamante diz que poucos candidatos questionam o processo e não crê em anulação do certame
O secretário de Estado de Segurança Pública (Sesp), Alexandre Bustamante, minimizou os questionamentos sobre o concurso realizado na área para preenchimento de cargos na Politec, Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros de Mato Grosso. Ele negou qualquer possibilidade de anular o certame
“A principal polêmica que o concurso dá é sempre dos reprovados, dos desclassificados, que não concordam às vezes com as questões ou com o tipo de exame”, disse, em entrevista à Rádio Jovem Pan Cuiabá.
“Estamos vivendo um momento muito garantidor do direito de todos e todos têm o direito de recorrer à Justiça e vão questionar o concurso até o fim. Sempre os desclassificados não ficam satisfeitos e vão fazer suas falas”, acrescentou.
O certame, realizado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), teve 67 mil inscritos e foi alvo de mais de 100 denúncias de concorrentes que apontaram supostas fraudes. Em março, a homologação do concurso foi suspensa.
Em maio, a Justiça Federal determinou a suspensão do processo por supostos problemas no Teste de Aptidão Física (TAF), realizado entre os dias 15 e 16 de maio em Cuiabá.
Todos têm o direito de recorrer à Justiça e vão questionar o concurso até o fim. Sempre os desclassificados não ficam satisfeitos e vão fazer suas falas
“É um concurso complexo, não feito apenas de prova objetiva, mas de provas físicas, exames médicos e odontológicos, psicotécnicos, e depois os aprovados ainda vão para a academia”, justificou Bustamante.
O secretário salientou que não irá questionar a idoneidade da UFMT ou apontar má-fé de alguém.
Segundo Bustamante, pode ter havido erros no certame, mas cabe à Justiça “equilibrar a balança”.
“Eu sinto que quem se sentir prejudicado tem que recorrer. Até agora, tem decisões favoráveis e muitas que não foram abraçadas pelo Poder Judiciário”, disse.
“Foram 67 mil inscritos e eu tenho nesse universo pouca gente questionando. Fazendo muito barulho? Com certeza. Mas são poucos os que estão entrando na Justiça e tendo respaldo. [...] Eu acredito muito na estrutura do Estado e na finalização desse concurso”, completou.
Problemas pontuais
Bustamante afirmou que acredita no prosseguimento normal do certame assim que dois ”problemas pontuais” forem resolvidos.
Um é quanto à lei aprovada pela Assembleia, após os deputados derrubarem o veto do governador Mauro Mendes (UB), que veda a eliminação de candidatos de concursos públicos que forem classificados abaixo do quantitativo de vagas.
“Essa lei altera a cláusula do edital, que é regra básica do concurso. E também temos uma decisão da Justiça Federal que altera cláusula do edital e abre oportunidade de recurso num momento em que não tinha recurso”, citou.
“Mas são coisas pontuais, estamos trabalhando e a Justiça também tem seus freios e contrapesos”, completou.
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