Casos de estelionato contra idosos aumentam 38% em um ano em MT De acordo com um levantamento da Sesp, neste ano, já foram registrados 1.066 casos e, em 2021, foram 771 denúncias.
Os casos de estelionato contra idosos acima de 60 anos aumentaram 38% em um ano em Mato Grosso, segundo dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp-MT). O levantamento registrou casos entre janeiro e abril deste ano em comparação com o mesmo período de 2021.
Neste ano já foram registrados 1.066 casos de estelionato e em 2021 foram 771 denúncias.
No estado, as 27 tipificações de crimes contra idosos apresentaram aumento, segundo a Sesp.
Ameaça, lesão corporal, injúria, apropriação indébita, difamação, maus tratos, calúnia, extorsão, estupro, supressão de documentos e assédio sexual foram os crimes que mais apresentaram queixas à polícia.
O Abrigo Bom Jesus, em Cuiabá, tem 82 anos de existência e atualmente atende 89 idosos que residem no local. Segundo Suzeth Nascimento, gestora do local, muitos foram abandonados pela família e não recebem visita ou telefonema.
“Nos dói muito ver a indiferença de muitos familiares que não visitam, não escrevem. Muitos estão aqui perto e nem telefonam. Por mais atenção que oferecemos a eles, nunca seremos capazes de substituir o amor de um filho, de uma filha ou familiar”, avaliou ela.
De acordo com o Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE), apenas no Brasil estima-se que em 2025, o número de brasileiros com mais de 60 anos será em torno de 32 milhões. Em 2050, o número de idosos será superior ao número de crianças.
O médico geriatra, Denis Milanello, 45 anos, é formado há 20 anos. Ele é diretor de um complexo de saúde e bem-estar voltado principalmente ao idoso em Cuiabá
“Fiz geriatria em virtude do chamado envelhecimento populacional, um fenômeno mundial, em que ocorre o aumento da proporção de idosos na população geral. Além disso, poder contribuir para uma longevidade saudável, ativa, com a manutenção da independência e da autonomia pelo máximo de tempo, é bastante gratificante”.
Isolamento da pandemia
Segundo o médico, os idosos sofreram muito na pandemia, principalmente com relação ao isolamento social, o que significou piora física e mental nesses últimos dois anos, mesmo período em que a violência e denúncias de maus-tratos aumentaram.
“Em parte, pela falta de capacitação ou habilidade das próprias famílias ou cuidadores em assistir o idoso de forma digna. Principalmente, a dificuldade em cuidar de idosos com quadros demenciais ou com maior fragilidade e dependência”.
A busca pelo Envelhecimento Ativo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), está baseada no tripé: boa saúde e bem-estar físico e mental, direitos assegurados, e participação efetiva na sociedade.
“Exercício físico e estimulação cognitiva são fundamentais para se envelhecer bem e com saúde. É importante o idoso escolher o médico geriatra e confiar a ele os cuidados da saúde. Receber orientações sobre alimentação adequada, o melhor exercício a ser realizado, quais vacinas deve tomar, cuidar do emocional, ajustar medicamentos são pontos importantes”, afirmou o médico.
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