ESTRATÉGIA
Crítico do agro, Lúdio aprova aproximação de Lula com setor Deputado estadual afirma que o movimento é necessário para buscar diálogo sem ódio

O deputado estadual Ludio Cabral (PT) avaliou como correta a estratégia do ex-presidente Lula de buscar apoio das lideranças do agronegócio em Mato Grosso.

Em entrevista a rádio Capital FM, o parlamentar foi questionado sobre as críticas que sempre faz ao agro e comentou sobre a aproximação da chapa Lula-Alckmin com o ex-governador Blairo Maggi e ex-deputado federal, Nilson Leitão.

Sobre o assunto, Ludio afirmou que para a campanha nacional de Lula é necessário ampliar sua base para que volte a ocorrer um debate pacífico entre as oposições e, assim, virar a página do que ele chama de momento “sombrio e triste” ao se referir ao mandado de Jair Bolsonaro (PL).

“O convite para o Alckimin é um reflexo disso, ele sempre foi adversário político do PT e o convite do Lula fez ele entender e perceber que nós precisamos superar esse ambiente de ódio, disputa volenta, de mentira, para podermos entrar em outro patamar”, explicou.

“Por isso esse movimento de ampliar a base de apoio para a candidatura, e o Lula está correto em buscar apoio das lideranças que representam o agronegócio”, emendou.

O parlamentar ainda explicou que sua crítica ao agronegócio é em relação ao modelo de exploração econômico que é aplicado no Estado.

Segundo Ludio, esse modelo econômico, baseado em latifúnfios, monocultura e grandes propriedades, não gera impostos e, por isso, não tem benefício para a população, apenas fomenta o prejuízo ao meio ambiente, com desmatamento, “envenenamento” dos solos e perda de biodversidade.

“Nós temos que iniciar um processo de transição para mudar de modelo para outro baseado na pequena propriedade, na produção verdadeira de alimento […] que destribui essa renda e riqueza para a maioria da população”, afirmou.

Ao final da entrevista Ludio ainda disse que espera que o plano de governo de Lula possa por fim à Lei Kandir, que isenta a cobrança de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) na exportação de produtos primários, como milho, algodão, soja.

De acordo com o deputado, os recursos que poderiam ser arrecadados com esses impostos são importantes, pois podem ser revertidos em serviços públicos de qualidade para a população.