PM expulsa sargento que cobrou propina de casal de amantes em MT Felisberto Silverio foi condenado em 2018 pelo crime de concussão; demissão circulou no Diário Oficial
O Comando Geral da Polícia Militar de Mato Grosso demitiu das fileiras da corporação o sargento Felisberto Silverio da Silva, condenado pelo crime de concussão (recebimento de vantagem indevida). A decisão circulou no Diário Oficial desta semana.
A demissão foi assinada pelo comandante-geral da PM, coronel Alexandre Corrêa Mendes. Silverio não está mais na ativa e só sofrerá a perda da graduação, mantendo seu salário.
O sargento foi condenado em 2018 por exigir R$ 10 mil de um homem flagrado com uma amante em Nova Canaã do Norte (680 km de Cuiabá).
De acordo com o processo, o caso ocorreu em junho de 2011. A vítima estava em uma festa em uma estância, quando, no trajeto de volta, foi abordado na companhia da amante pela viatura composta pelo então cabo Felisberto Silverio e o então soldado Patrick Antonio Vanni.
Na ocasião, os policiais afirmaram que a abordagem se deu porque a vítima estaria num lugar perigoso, o qual era utilizado para consumo de entorpecentes.
Logo em seguida, conduziram a vítima e a mulher para um unidade policial. O homem foi conduzido no seu veículo pelo soldado Vanni e a mulher levada na viatura pelo então cabo Silverio.
Conforme o processo, no percurso até a delegacia, Vanni disse à vítima que o local aonde ela estava namorando poderia dar cadeia, por ser lugar público.
Afirmou que em razão do suposto crime, ele teria que gastar cerca de R$ 10 mil com advogado, além de ter problemas com a esposa, momento em que lhe sugeriu que, ao invés de entregar o dinheiro ao advogado, o repasse para eles, pois assim nada seria feito e ninguém saberia.
Ainda de acordo com o processo, o homem e a mulher ficaram cerca de 30 minutos na unidade policial sob a ameaça de que poderiam ser levados para a delegacia e serem presos.
A vítima, apesar de se mostrar insatisfeita com o valor exigido, acabou preenchendo um cheque, com a condição de que ele fosse descontado somente em julho.
“De todo apurado, verifica-se nítida a colaboração do cabo PM Felisberto no evento delituoso em tela, pois, apesar da exigência ter partido do soldado PM Vanni, foi através de seus artifícios, de conduzir a testemunha em veículo separado e mantê-la afastada da negociação, que o crime se consumou”, diz trecho do processo ao qual o sargento respondeu.
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