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Quarta - 29 de Junho de 2022 às 10:08

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Vereadores da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Sinop (500 km de Cuiabá) cancelaram a audiência que debateria direitos e políticas publicas para a comunidade LGBTQIA+ da cidade horas antes do evento, que estava marcado para aconteceu na terça-feira (28), data em que se comemora o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. O retrocesso tem como justificativa dos vereadores que o debate geraria ‘promoção e divulgação’ do movimento. População se reuniu no gramado da Câmara para protesto e um novo debate, veja as fotos no final da matéria.

O vereador cristão Moises Jardim do Ouro (PL), que presidente a comissão, usou as redes sociais para divulgar o ‘informativo’ do cancelamento da audiência, requerida pela vereadora Professora Graziele (PT). Na mensagem, ele ainda afirma que a vereadora teria ainda divulgado o evento em escolas da cidade e distorceu a mensagem do tema divulgado no edital de convocação.

Ao GD , a vereadora Graziele, a única mulher exercendo o mandato de vereadora na cidade, afirma que recebeu a notícia com muita tristeza. “Já que a câmara é a casa do povo, ou seja, tem que representar toda a população”. Ela contou ainda que os vereadores, todos alfabetizados, deveriam saber que, quando se fala em debate, naturalmente já acontece uma promoção do tema.

“Debater uma pauta é promover o assunto, seja sobre religião, políticas públicas ou qualquer outra que esteja no tema central. Então, essa interpretação do informativo foi totalmente inútil. Quando se autoriza uma audiência – como no caso desta -, já se sabe o tema que será debatido”. Para a vereadora, o ato pode ser até criminoso.

“Como uma Comissão de Direitos Humanos, que traz em seu artigo 3, que deve opinar sobre denúncia de violência aos direitos humanos, especialmente contra as minorias étnicas e sociais, não fazer isso. Não dar espaço ao debate, ao cumprimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos”.

Mundialmente é sabido que junho é o mês do Orgulho LGBTQIA+. A professora ressalta que quando trouxe o debate para a câmera, afirmou que a audiência seria usada para debater questões de diversidade em alusão ao mês, pelo entendimento que já se tem. “Não há distorções. Essa foi a pauta proposta, eles já autorizaram sabendo o que seria debatido”.

Propostas silenciadas

A única mulher entre os 15 vereadores eleitos contam ainda que segue sofrendo com a derrubada de pautas e projetos sugeridas dentro da legislatura. Exemplo disso foi o projeto que prevê uma cota de pessoas negras nas campanhas publicitárias do executivo municipal. “Esse fato não geraria nenhum gasto ao município, mas ainda assim foi derrubado e reprovado”, disse.

Além da pauta citada, outras questões como violência contra a mulher também já foram interditadas pelos vereadores. “É muito difícil gerar o debate desses temas. As vezes é preciso falar mais alto, mas ainda sofremos com o boicote dentro do legislativo”, finalizou.

Protesto

Comunidade LGBTQIA+ e membros da sociedade civil ocuparam no final da tarde de terça o gramado em frente Câmara de Sinop. O objetivo foi protestar contra o cancelamento e realizar uma roda de conversa e articulação para debate o tema. Para Grazilera, o movimento saiu mais forte depois da articulação dos colegas vereadores





Fonte: Midia News

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