Cuiabá e VG concentram casos de tráfico para trabalho escravo Em relação ao trabalho escravo, as duas cidades aparecem, consecutivamente, com 10% e 6% das denúncias
Dados do Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas mostram que 254 ocorrências de tráfico de pessoas para trabalho escravo foram registradas pelo disque 100, entre os anos de 2012 e 2019, em Mato Grosso.
Também houve 64 registros de tráfico de crianças e adolescentes, no mesmo período. Cuiabá e Várzea Grande têm o maior número de ocorrências.
Os números são altos, mas ainda são uma pequena parcela de um todo, já que muitos casos não são relatados ou descobertos pelas entidades de apoio a essas vítimas.
Para alertar, este tipo de crime é tema da campanha “Coração Azul” realizada pelo Comitê de Estado de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Cetrap-MT), vinculado à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT).
Durante esse período, o Cetrap, o Ministério Público do Estado (MPE-MT) e as prefeituras vão atuar com ações para a disseminação, esclarecimento e conscientização da população quanto a esse tipo de crime.
No Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, celebrado em 30 de julho, diferentes órgãos vão iluminar suas fachadas com a cor azul, em ato simbólico.
De acordo com a Sesp-MT, a intenção é conscientizar e levar informação ao maior número de pessoas.
Para isso, serão realizadas ações em vários locais no Estado, como nas BRs 070 e 364; nos postos da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Cuiabá, Cáceres e Rondonópolis; no Aeroporto Internacional Marechal Rondon, em Várzea Grande; e no Terminal Rodoviário Interestadual, em Cuiabá.
A campanha também terá lançamento na região de fronteira de Mato Grosso com a Bolívia, uma ação realizada em parceria com as Prefeituras de Cáceres e San Matias, na Bolívia.
Na localidade, o plano de conscientização da comunidade será realizado durante todo o mês de julho e agosto.
Os dados da Sesp-MT mostram ainda que Cuiabá e Várzea Grande, as duas maiores cidades em termos populacionais do Estado, têm o maior número de ocorrências.
Em relação ao trabalho escravo, elas aparecem consecutivamente com 10% e 6%, das denúncias.
Quando se trata de tráfico de menores, as duas cidades aparecem com 17% e 11%, conforme dados do Disque 100.
Na fronteira, um dos crimes conhecidos como tráfico de pessoas mais comum é o recrutamento de homens para o transporte de drogas entre a Bolívia e o Brasil.
Para o aliciamento, as organizações criminosas oferecem pagamento pelo serviço, porém em muitos casos eles acabam sendo presos do tráfico de drogas.
O tráfico de pessoas consiste em sujeitar o indivíduo sob ameaça, aceitação de pagamentos ou benefícios com consentimento de uma pessoa sobre outra para exploração e obtenção de lucro.
O aproveitamento pode estar relacionado à prostituição, exploração sexual, trabalho forçado, práticas similares à escravatura ou a remoção de órgãos.
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