Mauro discorda de Bolsonaro sobre segurança das urnas eletrônicas
O governador Mauro Mendes (União) afirmou que discorda do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), em relação às suas declarações contra o sistema eleitoral brasileiro, feito nesta semana para 40 embaixadores em Brasília. A declaração, ainda que tímida, foi dada após ser questionado do porque não ter emitido opinião sobre o tema que repercutiu internacionalmente, e, se isso poderia ser caracterizado como conivência ao discurso de ruptura democrática.
"Epa, pera lá! Eu não concordo com isso [questionar as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral]. Eu apoio ele [Bolsonaro], mas não sou obrigada a concordar com tudo que ele faz, não. Não concordo com isso", disse Mauro Mendes, nesta quarta-feira (20), durante entrevita a rádio CNB Cuiabá.
"Por quê pega o passado dele. Quantas vezes ele criticou as urnas? Só agora começou a dar problema nas urnas? Foco, foco! Vamos trabalhar, vamos conquistar o eleitor, o cidadão, e mostrar o fez", completou.
O governador afirmou que não tem comentado sobre a condução do governo federal para evitar atritos e brigas, mas que não concorda com tudo o que presidente Bolsonaro diz e faz. "O presidente tem uma característica diferente da minha, e eu não sou obrigada a concordar com ele. Afinal de contas é uma democracia. Não porque eu disse que vou apoiá-lo. É uma opção política. Mas nem eu, nem ninguém, somos obrigadas a concordar", explicou.
Essa é a primeira vez que Mauro Mendes fala sobre o evento que Bolsonaro fez em Brasília para colocar em xeque o sistema eleitoral brasileiro com ameaças veladas de uma ruptura democrática.
Diante do episódio Membros do Ministério Público Federal de Mato Grosso (MPF-MT) e dos demais estados, solicitaram que o procurador-geral da República, Augusto Aras, investiga o presidente. As associações dos policiais e delegados da Polícia Federal também emitiram nota desmentindo o presidente e repudiando suas declarações.
O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges, também emitiu uma nota reafirmando o apoio ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a confiança nas urnas eletrônicas.
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