CANDIDATURA EM XEQUE
Republicanos discutirá 'Caso Paccola' na próxima semana
A direção estadual do Republicanos em Mato Grosso se reunirá na próxima semana para analisar o caso do vereador de Cuiabá, Marcos Paccola (Republicanos), indiciado pela Polícia Civil por homicídio qualificado, sem possibilitar a vítima de defesa. Ele é pré-candidato a deputado estadual pela legenda.
De acordo com o presidente estadual da sigla, ex-deputado Adilton Sachetti, uma reunião foi marcada, onde o assunto irá ser pautado. "Vamos reunir a executiva e ver qual decisão tomar. Segunda-feira ou terça, a gente vai se posicionar oficialmente", disse ao GD Sachetti.
O presidente do Republicanos já havia dito que só iria analisar o caso envolvendo Paccola, após a conclusão do inquérito policial.
Porcurado pela reportagem, Marcos Paccola afirmou que o que sabe do seu indiciamento é pela imprensa, e que só irá se manifestar da decisão da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), após ter acesso aos autos. "Não recebemos ainda a cópia dos autos, mas conforme já manifestado pelo meu advogado, Dr. Ricardo Monteiro, o indiciamento é recebido com naturalidade já que existe autoria e materialidade definida, a fase da instrução processual é que será possível apresentar as razões de defesa e o contraditório", explicou o vereador.
Questionado da possibilidade de sua pré-candidatura ser vetada pelo Republicanos, o parlamentar afirmou que está pronto para ajudar a sigla nas eleições deste ano. "A decisão de estar ou não como candidato é exclusivamente dos dirigentes do Partido", lembrou.
"Se eles entenderem que, apesar da repercussão, sequer inciou a instrução processual, e que somente agora podemos apresentar o contraditório e ampla defesa durante a instrução processual", completou.
Marcos Paccola se filiou ao Republicanos após deixar o Cidadania por conta do posicionamento da legenda em torno da federação com o PSDB. A relação com a antiga sigla já estava abalada após o presidente nacional ter solicitado a sua saída em 2021, depois do vereador ter compartilhado um vídeo pedindo "fora STF", em referência ao ato de 7 de setembro do ano passado.
Paccola acumula várias polêmicas. Ainda no ano passado chegou a insinuar que poderia atirar em até 500 militantes do Partido dos Trabalhadores (PT), caso eles realizem manifestação na frente da sua residência.
Marcos Paccola atirou e matou Alexandre Miyagawa Barros no dia 1º de julho deste ano, no bairro Quilombo, em Cuiabá. A vítima foi atingida por ao menos 3 tiros pelas costas e morreu ainda no local. O vereador esperou a polícia no local. Ele foi ouvido pelo delegado da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) e liberado em seguida.
Marcos Paccola é réu em uma ação do Ministério Público Estadual (MPE) oriunda da Operação Coverage, 3ª fase da Mercenários. Ele é acusado de fraudar o sistema da Polícia Militar para alterar o registro de arma que teria sido usada em 7 homicídios, ocorridos em Cuiabá e Várzea Grande. Os assassinatos e tentativas são apurados na Operação Mercenários.
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