Câmara de Cuiabá encaminha inquérito policial sobre Paccola a comissões Sessão extraordinária pode ser convocada ainda esta semana para discutir pedido de cassação do parlamentar.
A Câmara Municipal de Cuiabá recebeu nesta segunda-feira (25) o inquérito policial que pede o indiciamento do vereador Marcos Paccola (Republicanos) por homicídio qualificado do agente penitenciário Alexandre Miyagawa, em Cuiabá, no começo do mês.
O documento foi enviado à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar e à Comissão de Constituição, Justiça e Redação para análise e, assim que forem concluídos os pareceres, o Legislativo deve avaliar se agendará uma sessão extraordinária ou espera o fim do recesso parlamentar, marcado para 2 de agosto, para discutir o pedido de cassação de Paccola.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/X/M/s1gxGOQVqIVk3JSqJpXg/51944340444-d6633b0198-k.jpg)
Câmara enviou inquérito policial às comissões para parecer — Foto: Secom Câmara de Cuiabá
“As comissões vão decidir qual a data possível ou se são precisos mais dias para analisar o inquérito”, disse o presidente da Casa, Juca do Guaraná (MDB), que acrescentou que o pedido deve ser pela cassação de Paccola, já que o Regimento Interno e o Código de Ética não prevêem afastamento. “É uma situação nova”, acrescentou.
Na sexta-feira (22), o inquérito policial, que possui mais de 500 páginas, foi divulgado. O documento aponta que Miyagawa foi morto com três tiros nas costas cerca de três minutos depois de sair do próprio carro.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/8/Q/bB59ESTwygfdAWwQBV5A/whatsapp-image-2022-07-04-at-14.12.08.jpeg)
Imagens flagraram momento em que Paccola atira nas costas do agente — Foto: Câmera de segurança
O caso
O crime aconteceu no dia 1º de julho, no Bairro Quilombo. As imagens mostram quando o carro que era dirigido pela namorada de Miyagawa para no meio da rua e a porta do carona é aberta, interrompendo o trânsito. Na sequência, o veículo estaciona à direita. Alguns segundos depois, a condutora caminha pela calçada em direção à conveniência.
Cerca de três minutos depois, o agente penitenciário se aproxima da namorada, levanta o braço e toca o pescoço da mulher, que empura o braço dele, afastando-o. Ela se esquiva de outra tentativa de contato dele.
A confusão continua e, cerca de um minuto depois, a vítima segura um objeto na mão direita e as pessoas se afastam. Logo depois, ele levanta a mão direita para o alto e uma mulher que estava ao lado dele se afasta. Em seguida, ele abaixa a mão e caminha em direção ao carro. Paccola aparece na esquina, mira e atira três vezes.
Um dos disparos não causou ferimentos graves na vítima, segundo a perícia. Mas outros dois deixaram lesões nos pulmões, diafragma, fígado, átrio e pericárdio, levando à perda de muito sangue, conforme o documento.
Os peritos concluíram que a morte foi provocada por “choque hipovolêmico hemorrágico, secundário a trauma torácico por projéteis de arma de fogo”.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/o/V/fAmVDlSR2NufQrBWOgBg/captura-de-tela-50-.png)
Laudo aponta marcas de tiros em Alexandre — Foto: Inquérito da Polícia Civil
O inquérito foi protocolado no Tribunal de Justiça do Estado (TJ-MT) e encaminhado ao Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo).
Em um de seus depoimentos, Paccola disse que agiu rapidamente porque percebeu que um homem armado andava atrás de uma mulher e teria uma possível briga. O g1 não conseguiu contato com a defesa do acusado até o momento sobre o recebimento do inquérito pela Câmara.
Quando o inquérito policial foi divulgado, os advogados que representam o vereador disseram receber o indiciamento com naturalidade, uma vez que Paccola havia confessado os disparos e acrescentaram que acompanham o desenrolar do inquérito.

Comentários