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Segunda - 25 de Julho de 2022 às 17:42
Por: Por G1 MT

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A Câmara Municipal de Cuiabá recebeu nesta segunda-feira (25) o inquérito policial que pede o indiciamento do vereador Marcos Paccola (Republicanos) por homicídio qualificado do agente penitenciário Alexandre Miyagawa, em Cuiabá, no começo do mês.

O documento foi enviado à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar e à Comissão de Constituição, Justiça e Redação para análise e, assim que forem concluídos os pareceres, o Legislativo deve avaliar se agendará uma sessão extraordinária ou espera o fim do recesso parlamentar, marcado para 2 de agosto, para discutir o pedido de cassação de Paccola.

Câmara enviou inquérito policial às comissões para parecer — Foto: Secom Câmara de Cuiabá

Câmara enviou inquérito policial às comissões para parecer — Foto: Secom Câmara de Cuiabá

“As comissões vão decidir qual a data possível ou se são precisos mais dias para analisar o inquérito”, disse o presidente da Casa, Juca do Guaraná (MDB), que acrescentou que o pedido deve ser pela cassação de Paccola, já que o Regimento Interno e o Código de Ética não prevêem afastamento. “É uma situação nova”, acrescentou.

Na sexta-feira (22), o inquérito policial, que possui mais de 500 páginas, foi divulgado. O documento aponta que Miyagawa foi morto com três tiros nas costas cerca de três minutos depois de sair do próprio carro.

Imagens flagraram momento em que Paccola atira nas costas do agente — Foto: Câmera de segurança

Imagens flagraram momento em que Paccola atira nas costas do agente — Foto: Câmera de segurança

O caso

O crime aconteceu no dia 1º de julho, no Bairro Quilombo. As imagens mostram quando o carro que era dirigido pela namorada de Miyagawa para no meio da rua e a porta do carona é aberta, interrompendo o trânsito. Na sequência, o veículo estaciona à direita. Alguns segundos depois, a condutora caminha pela calçada em direção à conveniência.

Cerca de três minutos depois, o agente penitenciário se aproxima da namorada, levanta o braço e toca o pescoço da mulher, que empura o braço dele, afastando-o. Ela se esquiva de outra tentativa de contato dele.

A confusão continua e, cerca de um minuto depois, a vítima segura um objeto na mão direita e as pessoas se afastam. Logo depois, ele levanta a mão direita para o alto e uma mulher que estava ao lado dele se afasta. Em seguida, ele abaixa a mão e caminha em direção ao carro. Paccola aparece na esquina, mira e atira três vezes.

Um dos disparos não causou ferimentos graves na vítima, segundo a perícia. Mas outros dois deixaram lesões nos pulmões, diafragma, fígado, átrio e pericárdio, levando à perda de muito sangue, conforme o documento.

Os peritos concluíram que a morte foi provocada por “choque hipovolêmico hemorrágico, secundário a trauma torácico por projéteis de arma de fogo”.

Laudo aponta marcas de tiros em Alexandre — Foto: Inquérito da Polícia Civil

Laudo aponta marcas de tiros em Alexandre — Foto: Inquérito da Polícia Civil


O inquérito foi protocolado no Tribunal de Justiça do Estado (TJ-MT) e encaminhado ao Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo).

Em um de seus depoimentos, Paccola disse que agiu rapidamente porque percebeu que um homem armado andava atrás de uma mulher e teria uma possível briga. O g1 não conseguiu contato com a defesa do acusado até o momento sobre o recebimento do inquérito pela Câmara.

Quando o inquérito policial foi divulgado, os advogados que representam o vereador disseram receber o indiciamento com naturalidade, uma vez que Paccola havia confessado os disparos e acrescentaram que acompanham o desenrolar do inquérito.





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