Fávaro teme pecha de "traidor" e desiste de disputar o Governo

O senador Carlos Fávaro (PSD) afirmou, nesta segunda-feira (25), que não será candidato ao Governo.

Após declarar, junto com o deputado Neri Geller (PP) apoio ao PT e ao ex-presidente Lula, houve rumores de que ele poderia disputar o Palácio Paiaguás pela federação de esquerda (PT, PV e PCdoB).

Seu maior apoiador era o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), que há meses tenta viabilizar um nome para peitar Mauro Mendes (UB) nas urnas.

Em entrevista no fim desta tarde, Fávaro disse que cumprirá seu mandato até o final, em 2026. Ele irá coordenar a campanha do ex-presidente Lula (PT) e apoiar a candidatura de Neri ao Senado.

"Disputar o Governo não é a prioridade. Fizemos parte do governo do Mauro Mendes desde o início. Fui para a federação porque tenho um ideal, mas não com compromisso de ser candidato a governador", disse.

Quando questionado sobre como deve agir a federação quanto a sua desistência, e sobre almejar ter um candidato para concorrer ao Senado, Fávaro se esquivou.

Segundo ele, o seu grupo político defende o “palanque aberto” do governador Mauro Mendes para apoio ao Senado e que um candidato ao Governo pela federação não atrapalharia os planos de Neri de estar também no palanque de Mendes. “Uma coisa não depende da outra”, disse.

Nesse cenário, Mendes colocaria em seu palanque candidatos dos três partidos aliados: Neri, Natasha Slhessarenko (PSB) e Wellington Fagundes (PL).

"Traidor"

Desde que anunciou apoio à candidatura do ex-presidente Lula, e ameacou ser candidato ao Paiaguás, Fávaro tem ganhado a pecha de “traidor” por parte de setores do agro.

Além disso, aliados de primeira grandeza do governador também interpretaram o movimento como “traição”.

Após se animar com a possibilidade de disputar o Governo, seu próprio grupo, incluindo o ex-governador Blairo Maggi, o aconselhou a recuar - pois além da fama de traidor, dificilmente ele venceria e poderia sair menor do que entrou na disputa.