Esquerda confirma Márcia Pinheiro como candidata ao Governo O anúncio foi feito no final da tarde desta quinta-feira (4); vice ainda não foi definido
A Federação Brasil de Esperança (formada por PV, PT e PCdoB) anunciou oficialmente nesta quinta-feira (4) a primeira-dama de Cuiabá Márcia Pinheiro (PV) como candidata ao Governo do Estado.
A decisão foi tomada após uma reunião no Hotel Deville, na Capital. O anúncio oficial ocorrerá na convenção da federação, marcada para a tarde desta sexta-feira (5), quando também será definido o nome de quem ocupará o cargo de vice na chapa.
Em seu discurso, ao final do encontro, Márcia falou de programa sociais e citou duas vezes o nome do ex-presidente Lula (PT), candidato do grupo à Presidência.
"Aceitei disputar o Governo do Mato Grosso porque a história nos concede agora a oportunidade de somarmos a um presidente que nos ajudará a formar uma grande rede de proteção social. Porque quando o Mato Grosso se reencontrar com o Brasil, ninguém vai segurar nosso estado! Temos orgulho das nossas vocações econômicas e vamos seguir sendo um estado das oportunidades, mas com a diferença de fazer com que essas oportunidades cheguem a todos, especialmente àqueles que hoje estão esquecidos", afirmou.
"O presidente Lula já provou que quando a gente governa tendo a capacidade de sentir a dor do outro, todos os segmentos da sociedade saem ganhando. Ele provou que quando se coloca o pobre no orçamento o desenvolvimento econômico ganha força, e potencializa as ações sociais em um ciclo virtuoso", disse.
O nome de Márcia começou a ser cotado na federação após a ex-reitora da UFMT Maria Lúcia Cavalli Neder (PCdoB) anunciar sua desistência da disputa no dia 26 de julho.
Ainda em sua fala, Márcia enfatizou que a decisão foi tomada após muita conversa com a família, em que todos chegaram a um consenso para enconrajá-la a enfrentar o pleito.
A primeira-dama também disse que tem apoio em todo Estado e que será a respresentando da "voz feminina" em Mato Grosso.
"Temos apoio em todas as cidades, em todas as regiões. E temos o vento da história soprando a nosso favor. Vamos defender os nossos valores e nossos ideais. Para nós, 'a grande obra é cuidar das pessoas'. Essa é nossa grande missão", disse.
"Conclamo para essa grande e histórica missão todas as guerreiras mulheres mato-grossenses. A voz feminina precisa ser representada. Lugar de mulher também é na política", finalizou
Falta de verba
O encontro para lançar sua pré-candidatura era para ocorrer na quarta-feira (3), mas em função de indefinições, em especial sobre a questão financeira da campanha, foi adiado para hoje.
Segundo apurou a reportagem, Emanuel pediu garantias dos aliados de estrutura financeira.
Entre as exigências está a participação de Lula na campanha de Márcia. O prefeito quer o compromisso de uma atuação presente, como gravação de vídeos para a campanha da esposa.
“Estamos discutindo articulações a nível nacional, que passam pelo palanque do Lula, e que passam por garantir espaços importantes”, afirmou o presidente regional do PV, Aluizio Leite, na tarde de ontem.
Emanuel, Márcia e os filhos, deputado federal Emanuelzinho (MDB) e o universitário Elis Kuhn, bem como a mãe do prefeito, Maria Helena, e a mãe de Márcia, Beatriz da Rocha Kuhn, se reuniram em um jantar para discutir a candidatura da primeira-dama. Na ocasião, a família cacifou Márcia à disputa ao Palácio Paiaguás.
Caso seu nome seja confirmado na convenção, a primeira-dama de Cuiabá enfrentará a sua primeira disputa eleitoral, lado a lado com o seu filho, o deputado federal Emanuelzinho (MDB), que buscará a reeleição. A sigla de Emanuelzinho, no entanto, faz parte do arco de alianças de Mendes.
Ela ainda deverá enfrentar o desgaste por ser esposa de Emanuel, principal rival político de Mendes, e que tem sua gestão marcada por ser alvo de várias investigações policiais.
Márcia foi investigada pela Operação Capistrum, que cumpriu mandado de busca e apreensão em sua residência e a proibiu de frequentar a Prefeitura de Cuiabá.
Ela, Emanuel e outros são acusados de participar de uma organização criminosa, que se utilizava de contratações irregulares de servidores temporários como forma de pagar, ou manter, favores a políticos da base do prefeito.
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