Empresário quase morre de pneumonia bacteriana por cigarro eletrônico Jean Campos passou 40 dias em tratamento. Durante 8 meses, ele consumiu o cigarro, em substituição ao de papel
Recuperado e de volta ao trabalho, o empresário Jean Campos, 35, não quer saber de cigarro eletrônico.
Agora, narrando a própria história, tenta demover pessoas da ideia de continuar consumindo o produto.
Campos não se esquece dos quase dois meses de tratamento para combater a pneumonia bacteriana que, segundo ele, contraiu usando o vaping (denominação do novo cigarro, por funcionar como dispositivo na produção de vapor).
Durante oito meses, ele consumiu esse cigarro, em substituição ao antigo, o de papel.
“Fumava o dia todo. Parava só para recarregar e já voltava a consumir. Parece que esse gera mais necessidade da nicotina. Vicia muito mais rápido”, analisa ele.
O empresário diz que ouvia alertas sobre os riscos à saúde, especialmente da esposa, a médica veterinária Ellen Campos, mas não levava em consideração.
Jean Campos não acreditava que fosse tão nocivo, até começar a sentir falta de ar.
“Só acreditei, infelizmente, quando aconteceu comigo”, lamenta.
Conta, ainda, que, por quatros vezes, recorreu aos serviços de pronto-atendimento de unidades hospitalares de Cuiabá, em momentos de crises respiratórias.
Ele fez mais de 40 tipos de exames para obter o diagnóstico, ou seja, descobrir a bactéria.
Depois, passou 35 dias afastado do trabalho, em um rigoroso tratamento domiciliar.
A bactéria que se alastrou seria, segundo ele, consequência das substâncias tóxicas do vaping, que deixaram seus pulmões vulneráveis às infecções.
Se ele teve medo de morrer? Sim!
O empresário relata que as dores, falta de ar e o cansaço o deixaram prostrado.
Para combater a doença, teve de fazer uso de medicação intravenosa.
Esse processo ocorreu sob acompanhamento especializado e um rigoroso monitoramento da esposa.
Depois de superar a pneumonia, Jean Campos decidiu parar de fumar.
Desde que se recuperou, há cerca de seis meses, vem lutando contra o tabagismo.
Nesse período, conta, sofreu uma recaída. Fez uso de cigarro comum.
Mas, permanece firme no propósito de largar o vício.
CIGARRO ELETRÔNICO - A importação, comércio e consumo do cigarro eletrônico são proibidos no Brasil.
Nesta semana, a Polícia Federal, em ação conjunta com a Receita Federal, deflagrou a Operação Evali.
A ação aconteceu em Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá) e em outros municípios.
Em Cuiabá, operação similar ocorreu ano passado.
O nome da operação Evali é alusão a uma lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico, descrita pela, primeira vez, em 2019, nos Estados Unidos, em usuários de vaping.
Quem importa e comercializa pode ser enquadrado por contrabando, previsto no artigo 334-A; e descaminho, artigo 334 do Código Penal, que se refere ao não pagamento de tributos.
RISCO À SAÚDE - O Instituto do Coração (Inca), importante instituição pública de saúde na prevenção e tratamento do câncer, faz alertas em sua página sobre os riscos do uso desses dispositivos eletrônicos.
“Não se deixe enganar pelas novidades”, diz o informe de prevenção à saúde.
“É tão prejudicial como o cigarro convencional, já que combinam substâncias tóxicas com outras que, muitas vezes, apenas mascaram os efeitos danosos”, reforça.
Lista doenças de ordem respiratória, cardiovascular e cancerígena como consequência.
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