IMBRÓGLIO SOBRE TRILHOS
Governo da Bahia nega interesse em comprar vagões do VLT de MT Negociações sobre a venda dos equipamentos acontece em meio à troca para o BRT como modal em Cuiabá e VG

O Governo da Bahia informou ao Midiajur que a compra de vagões do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Mato Grosso não faz parte de seus planos. A possibilidade de compra havia sido ventilada pelo senador Jayme Campos (União Brasil) na última segunda-feira (29).

Os vagões do VLT estão depositados em uma área do Governo de Mato Grosso próxima ao Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande. Por decisão judicial, os equipamentos estão sob guarda do Consórcio VLT, formado pela empresas CR Almeida S/A, CAF Brasil Indústria e Comércio S/A, Santa Bárbara Construções S/A, Magna Engenharia Ltda e ASTEP Engenharia Ltda.

A reportagem questionou a Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Sedur) sobre a possível negociação. A pasta afirmou "que desconhece qualquer informação sobre o assunto mencionado".

"A presente solicitação não faz parte dos projetos de Mobilidade Urbana desenvolvidos pelo Poder Executivo Estadual", informou o governo baiano.

De acordo com investigações do Ministério Público Federal (MPF) na Operação Descarrilho, os vagões foram comprados de forma antecipada pelo Estado para viabilizar o pagamento de propina ao grupo criminoso liderado pelo ex-governador Silval Barbosa. Em colaboração premiada, Silval admitiu o recebimento de R$ 18 milhões.

As 40 composições custaram R$ 487,9 milhões e foram importadas da Espanha, em julho de 2014. Se corrigido pelo IGP-M, o valor corresponderia a mais de R$ 1 bilhão atualmente. Como ficaram paradas nos últimos oito anos, pode ter havido depreciação.

Na segunda-feira, o governador Mauro Mendes (União Brasil) assinou o contrato das obras do Bus Rapid Transit (BRT), que irá substituir o inacabado VLT como modal de transporte em Cuiabá e Várzea Grande. A mudança é questionada pela Prefeitura de Cuiabá, sob Emanuel Pinheiro (MDB).