Campanha contra masturbação ganha adeptos; profissionais opinam
Com a chegada do mês de setembro, um movimento tem ganhado cada vez mais adeptos. O #nofapseptember coloca como desafio aos homens, passar o mês todo sem consumir pornografia e se masturbar.
A expressão NoFap tem origem do inglês, onde "no" significa "não", e "fap" é uma gíria para masturbação. Registros datam a origem do movimento no ano de 2009, em um fórum que reunia milhares de usuários online. Desde então a ideia se replicou e homens em sua maioria, jovens, publicam em suas redes sociais assuntos relacionados ao tema, seja como relatos e troca de experiência ou por ironia.
Coincidentemente, o mês de setembro também traz em seu calendário o Dia do Sexo, comemorado em 06 de setembro, mês 9, buscando fazer referência ao número 69, conhecida posição sexual.
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Psicóloga Pollyana Tavares
Ao Gazeta Digital a psicóloga Pollyanna Tavares explica: “a diferença entre o antídoto e o veneno é a quantidade”, ao relacionar a masturbação como um problema quando praticada em excesso.
Para a profissional, que atua como terapeuta sexual, o ato de se masturbar é necessário para conhecer o próprio corpo e até mesmo guiar o parceiro no momento do ato sexual, porém, “A pessoa que se masturba muito acaba perdendo o interesse pela relação a dois” alerta Pollyana, que relembra a importância das preliminares antes da penetração.
Ela também chama atenção para o uso exacerbado de brinquedos sexuais. “Os aparelhos tem várias velocidades e muitas funções e na relação a dois a gente sabe que não funciona da mesma maneira”, afirma Pollyana, citando a possibilidade da perda de sensibilidade nos órgãos genitais como um agravante.
Quando o assunto é sexo, a falta de afeto é uma das principais queixas ouvidas pela psicóloga em consultório por parte das mulheres, ao mesmo em tempo em que os homens reclamam da falta de sexo. Ela explica que para que o ato sexual seja prazeroso para ambas as partes é preciso entender as necessidades individuais de cada um.
Reprodução/Redes Sociais
Psicóloga Irani Marangão
Para a também psicóloga Irani Marangão, o movimento #nofapseptember é válido, desde que se observe o objetivo pelo que cada um está fazendo. “A pornografia tem sim, trazido consequências para os homens e uma das causas são a perda do desejo pela parceria no momento do sexo”, afirma Irani.
A psicóloga aponta como mito a afirmação muito difundida de que a pornografia faz com que o homem ejacule rápido. “Ejaculação rápida vem da ansiedade. Tem que sair tudo perfeito e quando vê, já foi”, pontua Irani, que vê como normal a masturbação, principalmente entre adolescentes, que “fazem quase 3 a 5 vezes por dia e os adultos geralmente fazem de uma vez por dia até uma vez por semana”.
Para ambas profissionais ouvidas pelo Gazeta Digital, a masturbação é um ato saudável e importante para a descoberta do corpo, desde que praticada sem excessos, uma vez que o ato sexual vai muito além da penetração, colocando em prática o respeito pelo próprio corpo e o corpo do outro.
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