MT tem a maior incidência de acidentes ofídicos do Centro-Oeste Ministério da Saúde aponta que Estado teve 1.038 acidentes e sete óbitos ocasionados por ataques de cobras, em 2021
Em 2021, Mato Grosso registrou 1.038 acidentes ocasionados por serpentes, também chamadas de cobras.
A quantidade representa 3,31% do total de 31.354 ataques ofídicos notificados em todo país no mesmo ano, e uma incidência de 29,10 casos por 100 mil habitantes, a maior taxa verificada entre as unidades da Federação que fazem parte da região Centro-Oeste.
Ainda no ano passado, ocorreram sete óbitos no Estado.
Os dados são do Ministério da Saúde, que divulgou estudo descritivo e analítico sobre a situação epidemiológica dos acidentes ofídicos no Brasil, em 2021, tem como base o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e com data de atualização de 6 de agosto de 2022.
Segundo o MS, a intenção é levar conhecimento da situação epidemiológica do ofidismo no país, a fim de fornecer subsídios aos gestores da Saúde no desenvolvimento de atividades de educação em saúde e melhoria no atendimento médico assistencial no Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo como o levantamento, em todo país, foram 31.354 acidentes ofídicos, que resultaram em 139 mortes, em 2021.
Em números absolutos, os estados que mais notificaram ataques foram o Pará (5.723), Bahia (3.118) e Minas Gerais (3.030).
E dentre as demais unidades da Federação que fazem parte do Centro-Oeste, Goiás registrou 1.385 ataques (19,22 casos/100 mil pessoas), Mato Grosso do Sul teve 401 ocorrências (14,12/100 mil) e o Distrito Federal notificou 110 picadas (3,55/100 mil).
No Estado, uma das vítimas foi Melissa de Oliveira Gudê, 8 anos, que morreu em novembro do ano passado, após ser picada por uma jararaca, em um sítio na zona rural de Colniza (1.065 km a Nordeste de Cuiabá). Na ocasião, a menina saiu com o pai porque queria ver os macacos que vivem na mata, na propriedade da família.
Quando andavam no meio do mato, a cobra picou a perna dela. Após a picada, a garota foi socorrida e internada no Hospital Municipal André Maggi (HMAM).
Ela chegou a tomar oito ampolas de soro antiofídico e seria transferida para Cuiabá, mas faleceu antes disso.
Conforme o Ministério da Saúde, as jararacas, espécies que ocorrem em todos os estados brasileiros, são responsáveis pela maioria dos envenenamentos ofídicos.
Contudo, as serpentes com maiores taxas de letalidade foram as surucucus-pico-de-jaca (1,16%) e cascavéis (1,03%).
“A administração precoce de antiveneno é uma das medidas mais importantes para evitar a injúria renal aguda (IRA), uma das principais complicações destes tipos de ataques e que podem levar o acidentado ao óbito”, aponta.
Os dados do Sinan mostram que a demora para o atendimento após um acidente ofídico é um dos fatores que aumentam a taxa de letalidade destes acidentes.
Quanto ao perfil das vítimas, os homens (76,30%), que se autodeclaram pardos (61,34%), entre 40 e 64 anos (34,74%), moradores da zona rural (77,58%), caracterizam o perfil mais representativo de vítimas de ofidismo.
Já a parte do corpo mais acometida pelas picadas foram os pés.
Vale reforçar que a vítima de acidente ofídico deve receber o diagnóstico e o tratamento em centro especializado ou de referência que disponha de recursos para o suporte adequado.
Isso porque pode existir complicações previsíveis e possivelmente evitáveis desde que o tratamento correto seja realizado em tempo hábil.
O Ministério da Saúde informou ainda que busca cumprir o objetivo de redução de 50% da morbimortalidade dos envenenamentos ofídicos até 2030, estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
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