Jayme cita “tragédia” em fusão do DEM e critica junção com PP Senador disse que questão deve ser debatida; Nacional fala em federação entre as duas siglas
O senador Jayme Campos disse ser contrário à fusão entre seu partido, o União Brasil, com o PP. A ideia foi levantada por líderes nacionais das duas siglas com objetivo de formar a maior bancada do Congresso Nacional no próximo ano.
Segundo ele, os filiados do União Brasil – que nasceu entre o ano passado e este da fusão do DEM e PSL – já sofreram com a composição recentemente, classificada por ele como “tragédia”.
Para Jayme, as tratativas, à época, atenderam a interesses financeiros e que foi traumático aos filiados do DEM.
“Tem que ser uma discussão bem ampla. Não dá para fazer de ‘goela abaixo’. [...] Se essa fusão, eventualmente, não for feita de uma maneira que possa contemplar a todos deputados e senadores, alguém vai ter que sair. Eu, particularmente, quero ver qual vai ser a formatação”, disse.
Essa fusão que houve lá atrás entre o DEM e o PSL foi uma tragédia, foi muito ruim, porque não teve diálogo, entendimento. O que se percebe é que essa fusão foi para atender interesses isolados e pontuais de alguns companheiros do DEM, tendo em vista o fundo partidário”, acrescentou.
O ministro da Casa Civil Ciro Nogueira, filiado ao PP, em entrevista à Folha de S.Paulo disse que a fusão está descartada e o que deverá ocorrer é, na verdade, uma federação entre os dois partidos.
“Nós estamos discutindo mais uma federação, não fusão. Até porque existe uma proibição de fusão do União Brasil por cinco anos”, disse Nogueira.
“Balcão de negócios”
Apesar de se posicionar contrário a fusão entre as siglas, Jayme defendeu a redução de número dos partidos no País, que hoje são 32. Para o senador, algumas agremiações funcionam como “balcão de negócios”.
“Nós temos que reduzir o número de partido no Brasil e a cláusula de barreira já foi um grande avanço. Nós temos que ter no Brasil, no máximo, 10 partidos. Hoje, temos vários partididinhos que se transformaram em um balcão de negócio”.
“Temos que tomar algumas medidas rápidas. O Congresso Nacional precisa aprovar a reforma tributária, reforma política, o próprio fundo partidário, que eu sou contra essa transferência de quase R$ 5 bilhões”, completou.
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