Demanda de energia apresentou crescimento na pandemia, diz Balanço Energético O crescimento de produção energética tem contribuição da Energia Solar
Mesmo com a pandemia por Covid-19, que levou a uma ligeira desaceleração da economia em Mato Grosso no ano de 2020, a demanda de energia apresentou um crescimento estimulado pela eletricidade no setor residencial e pelo óleo diesel no setor de transportes e agropecuário. É o que mostra o Balanço Energético do Estado de Mato Grosso e Mesorregiões, entregue num Workshop pelo Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Planejamento Energético -NIEPE da UFMT à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado-SEDEC, na semana passada.
Para o presidente do Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso, Tiago Vianna, o crescimento de produção energética tem parcela de contribuição da Energia Solar. “No ano de 2020, a produção de energia fotovoltaica no Brasil era de 8.017 de potência instalada (MW) saltando para 18.654 para o ano de 2021, com uma projeção de 24.928 de potência instalação para este ano. Hoje, Mato Grosso é o quarto estado em geração distribuída fotovoltaica com potência instalada de 765,4MW e Cuiabá a terceira cidade com maior potência instalada – 132,0 MW”, afirma Vianna.
Ainda conforme o presidente, a projeção da Bloomberg New Energy Finance (BNEF), é que no ano de 2050 a energia solar fotovoltaica represente 32,2% da matriz elétrica brasileira. “Hoje as mesorregiões norte, nordeste e sudeste de Mato Grosso têm grande destaque na produção fotovoltaica. Por isso, defendemos um programa estadual para energia solar em Mato Grosso, a exemplo de outros estados que têm proporcionado incentivos neste sentido”, pontua.
ESTUDO E MESORREGIÕES - Mato Grosso possui cinco mesorregiões que são desenvolvidas desigualmente e é de forma gradativa que atingem melhores condições socioeconômicas. O Balanço Energético do Estado de Mato Grosso e Mesorregiões mostrou ainda que o estado tem uma grande dependência energética de petróleo e a saída são fontes renováveis.
A mesorregião centro sul se destaca por abrigar a capital do Estado e a segunda maior cidade, Várzea Grande. É a mesorregião detentora do segundo maior Produto Interno Bruto (PIB) do Estado e a segunda que mais consome eletricidade. A mesorregião consome mais álcool etílico, respondendo por 40,0% do consumo estadual.
Já a mesorregião sudeste tem grande contribuição com 23,0% para a produção de energia primária do Estado, entre elas os produtos da cana, com 18,0%. A sua localização geográfica estratégica forma o principal canal de escoamento de produtos para as demais regiões do país. Isso favorece para um elevado consumo de óleo diesel no setor transportes - modais rodoviário e ferroviário (26,0% do total estadual).
Além disso, a mesorregião sudoeste caracteriza-se por ser grande exportadora dos principais recursos energéticos renováveis: os derivados da cana-de-açúcar - o álcool etílico hidratado e anidro, seguido da hidroeletricidade. Graças a esta produção, responde por 25,0% da produção de energia primária estadual e detém a segunda maior parcela de produção de energia hidráulica do Estado – 12,0%.
Por outro lado, a mesorregião norte é responsável pelo maior PIB estadual, movido pela atividade agropecuária, o que a torna a maior consumidora de óleo diesel. A mesorregião é também a maior produtora de energia elétrica de origem hidráulica – 71,0% e a sua economia é responsável pelo maior consumo de eletricidade do Estado – 32,0%.
Por fim, a mesorregião nordeste importa quase a totalidade dos energéticos consumidos, com exceção da lenha e do carvão vegetal, energéticos estes de baixo valor agregado. Apresenta o menor consumo final energético do Estado, com 8,0% do total, tendo no óleo diesel, na eletricidade e no álcool etílico os seus principais energéticos consumidos.
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