Quase 50% de todas as novas vagas de empregos geradas no primeiro semestre deste ano foram abertas pela indústria. O saldo do setor (que equivale à diferença entre as admissões e os desligamentos) atingiu no final de junho 17.946 postos de trabalho, ante os 36.851 do estado. É o que apontam dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. O segmento, que em 2011 contribuía com 32% de todas as admissões no mesmo intervalo, agora responde por 49%.
De acordo com o Caged, as mais de 17 mil oportunidades do semestre tornaram-se 56,1% superior ao saldo registrado à mesma época de 2011, quando todas as indústrias criaram 11,5 mil empregos celetistas. Os números, segundo o presidente do Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan, traduzem o aquecimento da economia na unidade federada e revelam a expansão da atividade industrial.
“Hoje o empresário tanto nacional quanto internacional está acreditando em Mato Grosso e aqui implantando suas indústrias. Houve também uma melhora na logística do estado. Isso mostra o aquecimento da economia”, declarou o dirigente, ao G1.
Além de crescer em termos percentuais acima da média do estado, analisando somente junho, o desempenho da indústria caminhou na direção oposta ao cenário estadual.
Enquanto o estado amargou um recuo de 20,9% no volume de contratações (9.832 postos para 7.782 vagas entre 2011 e 2012), o segmento industrial viu crescer em 21,2% as admissões. De 2.945 no sexto mês de 2011 evoluíram para 3.568, apontaram os dados do Governo Federal compilados pela Fiemt.
Jandir Milan diz que o momento é oportuno para o setor especialmente por não estarem incidindo sobre a atividade os reflexos das crises internacionais. “Estamos crescendo alheios às crises internacionais. Quando a indústria vai bem também cresce o restante”, considerou o presidente do Sistema Fiemt.
Atualmente, as indústrias recolhem 37% dos impostos cobrados na unidade federada.
Metalúrgicas em alta
Entre os setores que se destacaram entre janeiro a junho de 2012, o metalúrgico também teve o que comemorar. As contratações formais avançaram 184% entre um ano e outro, encerrando o mês de junho em 364 postos. Momento favorável especialmente em função das obras para o Mundial de Futebol em Cuiabá, aponta Fernando Kuzai, presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Manutenção Indústrial e de Materiais Elétricos (Sindimec-MT).
Mas ao mesmo tempo em que as indústrias metalúrgicas aumentam o nível de contratações elas precisam enfrentar o fantasma da mão de obra.
“Estamos com defasagem de mão de obra e não conseguimos contratar o suficiente de mão de obra”, pontua o presidente.
Conforme Kuzai, para suprir a carência em número de trabalhadores para as empresas metalúrgicas, seria necessário acrescer ao saldo atual de vagas mais 25% a 30% em novos trabalhadores.
Se por um lado o empresário não encontra funcionários para preencher as vagas em aberto, por outro tem investido na adoção de equipamentos cada vez mais tecnológicos. Na prática, elas vão executar o serviço antes delegado ao homem.
“É um investimento que não é interessante”, pondera Fernando Kuzai.
Também com crescimento acima de 100%, as indústrias da área de produção mineral e não metálico fecharam o semestre com um saldo 143% acima do verificado entre janeiro a junho de 2011.
Outros setores
No acumulado do semestre também registraram alta no saldo de novos empregos o extrativismo mineral (de 36.454 vagas para 36.851); construção civil (de 3.564 para 8.838); serviços (7.303 para 7.677); administração pública (73 para 187).
A agropecuária, uma das principais geradoras de emprego no estado reduziu o número de contratações. O saldo recuou 21,7%, passando de 12.205 postos de trabalho para 9,6 mil, conforme o Caged.
Brasil
No Brasil, a indústria de transformação fechou o semestre criando 134.094 vagas, resultado +1,64% maior frente ao primeiro semestre de 2011. Em 11 dos 12 ramos que a compõem, ampliaram as admissões, de acordo com o Caged: Indústria Química: 36.539 postos de trabalho (+3,97%); Indústria da Borracha e Fumo, 20.989 postos (+6,19%); Indústria Têxtil, 15.043 postos (+1,47%) e Indústria de Calçados, com 14.420 postos (+4,18%).
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