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Quarta - 23 de Novembro de 2022 às 19:27
Por: Liz Bruneto/Mídia News

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Jucilene ao lado do filho em foto de formatura
Jucilene ao lado do filho em foto de formatura

A contadora Jucilene Pereira da Silva, de 31 anos, falou pela primeira vez sobre a trágica morte do filho, torturado e assassinado por um adolescente de 14 em Tangará da Serra (a 243 quilômetros de Cuiabá).

Ela descreveu o garoto e disse não acreditar que ele tenha feito bullying com o assassino, versão contada pelo menor à Polícia (leia mais abaixo).

Ryan Rodrigues de Oliveira, de 10 anos, foi descrito como uma criança inteligente, carismática, que conquistava todos a sua volta, e que apesar dos poucos anos de vida aproveitou cada um deles como se fossem os últimos.

“Ryan tinha sede de viver e viveu muito nesses 10 anos. Viveu coisas que eu, com 31, não vivi. Quando nos reuníamos, sempre falávamos para ele que quando crescesse teria muita história para contar”, relembrou ela ao MidiaNews.

“Era uma criança muito inteligente, esperto e vaidoso, só gostava de andar bem arrumado, cheiroso. O cabelo tinha que estar muito bem penteado. Mas era teimoso e não gostava de estudar. Ele ia para escola como se soubesse que não precisaria daquilo”, acrescentou.

Filho do meio de dois irmãos, um bebê de 4 meses e outro de 16 anos, ele dizia à mãe que trabalharia com o irmão mais velho quando fosse adulto. Com toda uma vida pela frente, ele também falava em ser engenheiro agrônomo.

Dentre as brincadeiras preferidas de Ryan estavam o esconde-esconde e o pega-pega. “Essas brincadeiras raiz e que hoje já não existem mais, ele gostava de todas. Era tão parceiro dos amigos e conhecia todo mundo aqui no bairro. Aonde chegava fazia amizade”, afirmou.

Arquivo pessoal


Ryan Rodrigues de Oliveira

Ryan era uma criança alegre e brincalhona

Segundo Jucilene, quando o filho desapareceu, ela chegou a pensar que ele havia se embrenhado em alguma mata para pegar frutas. “Está na época da manga. Pensei que ele entrou no mato e algum bicho picou e ele estava por lá, mas lamentavelmente não foi isso”.

Apesar da pouca idade, o pequeno Ryan deixou um legado à família e amigos. “Para mim, ele é o significado da palavra viver. Me ensinou que eu tenho que viver e eu vou, porque não sabemos o dia de amanhã”, disse Jucilene.

Além de carismático, disse ela, era uma criança amorosa, em especial com a mãe. Não podia sequer passar um final de semana inteiro com a avó materna sem perguntar por ela. “Ele me amava muito, se preocupava comigo, era meu parceiro”, afirmou.

Dentre as tantas histórias, a contadora recorda da vez que o marido e o irmão dele levaram Ryan para pescar. Experientes, os dois adultos não conseguiram pegar um peixe sequer. Enquanto isso, o menino encheu o seu balde. “Foi algo impressionante”.

Desaparecimento e crime

Ryan desapareceu na tarde de quinta-feira (17) e seu corpo foi encontrado três dias depois, na tarde de domingo (20), em uma região de mata.

Um menor de 14 anos confessou o crime e o descreveu. O menino foi asfixiado, afogado e depois recebeu duas pedradas.

Jucilene nunca acreditou que o filho tivesse sido levado por algum estranho e desconfiava que alguém conhecido havia feito aquilo.

“Ele era muito inteligente, muito esperto e não iria a nenhum lugar com alguém estranho”, afirmou. Os dois se conheceram no bairro em que moravam, mas Jucilene não conhecia o assassino.

“Eu não posso culpar Deus, mas é muito dolorida a forma que foi feito e eu não consigo, não vou aceitar”, disse.

O menor alegou ter cometido o crime após sofrer bullying por parte de Ryan. A mãe, no entanto, descarta essa possibilidade.

“Nem a Polícia acredita que tenha sido bullying. Nenhuma das mães dos amiguinhos dele que viam meu filho brincando com os delas acha que foi isso. Tenho absoluta certeza que não foi”.

“Eu não sei se foi algum tipo de inveja, porque o Ryan tinha de tudo, graças a Deus, não sei se o Ryan viu ele fazendo alguma coisa, mas bullying não foi, não sei se ele quis abusar do meu menino, porque o Ryan era um menino muito bonito. Não sei”, completou.





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