Após desbloqueio de rodovias, golpistas seguem em frente a quartel Há quase 30 dias, bolsonaristas mantêm acampamento em frente à 13ª Brigada, em Cuiabá
Em Mato Grosso, as rodovias federais e estaduais de Mato Grosso seguem sem a ocorrência de bloqueios, após a atuação das Forças de Segurança para liberar o trânsito e conter a escalada da violência registrada, em meio aos atos antidemocráticos realizados por parte dos bolsonaristas insatisfeitos com o resultado das eleições presidenciais 2022.
Porém, alguns dos manifestantes mantêm-se em frente aos quartéis do Exército.
Na noite da última sexta-feira (25), quem transitou pela Avenida Historiador Rubens de Mendonça, a Avenida do CPA, precisou redobrar a atenção.
Isso porque as pessoas que estão no acampamento ocuparam uma das faixas da via, em frente à 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, e com bandeiras do Brasil nas mãos, elas pediam intervenção das Forças Armadas.
No local, os manifestantes estão há quase um mês por não aceitarem a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Já na manhã do último domingo (27), um comboio de caminhões do grupo Amaggi, empresa com sede na Capital mato-grossense e que pertence à família do ex-governador e ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), foi alvo de disparos de arma de fogo, na BR-163, nas proximidades de Novo Progresso (PA).
De acordo com a Amaggi, nenhum funcionário ficou ferido no ataque e o prejuízo financeiro ainda está sendo apurado.
Já a Polícia Militar do Estado do Pará e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) fazem buscas pelos autores dos disparos.
Contudo, a região de Novo Progresso é uma das que mais registram violência durante as manifestações de bolsonaristas insatisfeitos com o resultado das urnas.
Na BR-163, especialmente na região Norte de Mato Grosso, ainda há acampamentos dos bolsonaristas.
No Estado, a escalada da violência foi verificada no fim de semana passado, entre os 18 e 20 deste mês, quando caminhões foram incendiados na região Norte, e uma base da Concessionária Rota do Oeste, na região de Lucas do Rio Verde, também foi atacada por terroristas.
Uma ambulância da empresa também foi destruída.
FORÇA-TAREFA - Com a finalidade de definir e implementar estratégias de atuação visando a prevenção e repressão de atos que impeçam a utilização das vias, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso instituiu uma força-tarefa para garantir o direito de ir e vir e a segurança das pessoas que circulam por esses espaços públicos.
O grupo, composto por 14 promotores de Justiça, terá ainda a incumbência de propor, em conjunto ou separadamente, as medidas administrativas ou judiciais necessárias em relação ao assunto. Já a coordenação dos trabalhos está a cargo do promotor de Justiça Mauro Zaque.
O procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges Pereira, já havia recomendado aos promotores de Justiça que notificassem as forças policiais que atuam nos municípios para que removam barracas e objetos que servem de apoio aos bloqueios.
Entre os objetivos da força-tarefa do MP-MT, de acordo com a portaria 936/2022, estão o acompanhamento das manifestações, atuação junto ao poder público com o intuito de contribuir para a elaboração, complementação ou correção de ações adotadas e a realização de investigação sobre eventual atuação ineficiente de órgãos públicos na adoção de medidas de prevenção e repressão aos bloqueios.
A força-tarefa desempenhará suas atividades até o dia 31 de dezembro deste ano, sem prejuízo de eventual prorrogação, que poderá ocorrer caso os motivos que determinaram a sua constituição se mantenham.
Além disso, a portaria prevê a obrigatoriedade de apresentação de relatório sobre o trabalho desenvolvido, a cada 15 dias, ao procurador-geral de Justiça.
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