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Domingo - 25 de Dezembro de 2022 às 10:01
Por: Giordano Tomaseli/Midia News

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Giordano Tomaseli Midia News
Eloíza Faria, que está empenhada na busca pela sua sobrinha
Eloíza Faria, que está empenhada na busca pela sua sobrinha

Uma moradora de Cuiabá tem peregrinado por órgãos públicos em busca de pistas sobre o paradeiro de sua sobrinha, que há mais de 30 anos foi dada para a adoção. A última vez que Eloiza Faria Silva dos Santos viu Elizabeth Faria Silva, a sobrinha, foi quando ela tinha pouco mais de um ano de idade, no fim da década de 1980.

Elizabeth nasceu em 25 de abril de 1988 e teria hoje 34 anos. Atualmente, ela pode nem usar mais esse nome, visto que por lei a família adotante tem o direito de modificar o nome da criança adotada.

A mãe de Elizabeth, Eunice Faria - que é irmã de Eloiza e atualmente mora na Europa -, engravidou ainda adolescente, por volta de seus 15 anos. O pai da criança, que não tinha nada sério com Eunice, na época não aceitou a paternidade e não a apoiou a gravidez.

Elas perderam o contato com Elizabeth pouco mais de um ano após seu nascimento, quando Eunice deixou a criança com a família e se mudou para o Rio de Janeiro, em busca de oportunidades.


A avó de Elizabeth, mãe de Eloiza e Eunice, nunca aceitou a gravidez da filha e tampouco quis cuidar da neta. Ela alegava não ter condições financeiras para isso.

A avó então entregou a neta para o Juizado de Menores. Pouco tempo depois, em julho de 1989, o Juizado a encaminhou para o Orfanato Lar Espírita Monteiro Lobato, que não existe mais, onde ela teria a oportunidade de ser adotada por outra família.

A partir daí, a família não teve mais notícias da pequena Elizabeth.

Eloiza está hoje representando a irmã, que vive na Alemanha. Ambas nutrem o desejo de reencontrar Elizabeth mesmo depois de tanto tempo, e por isso não vêm medindo esforços na investigação por qualquer pista que ajude a encontrá-la.

“Minha irmã é a primeira interessada em achar a filha. Eu também. É o nosso sonho, vamos ficar muito felizes. Esperamos que seja tudo amigavelmente. Pode ser que ela também queira encontrar a mãe biológica, isso sua essa família [atual] falou a verdade, que ela foi adotada”, diz Eloiza.

Em sua busca, a tia já passou por órgãos como Tribunal Eleitoral, Receita Federal, Casa da Democracia, Juizado de Menores, Fórum Cível através do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC), Defensoria Pública e por último o Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Polícia Civil.

Hoje, porém, 33 anos depois que Elizabeth foi entregue para a adoção, o tempo pode dificultar na obtenção de pistas, documentos ou até mesmo achar pessoas que lidaram com o caso. Também não restou nenhuma foto de quando Elizabeth era bebê. Eloiza justificou porque demoraram tanto tempo para que se engajassem na busca, mesmo sempre tendo o desejo do reencontro.

“Minha irmã hoje mora no exterior. Só agora está melhorando a situação de vida. Eu mesma não tinha essa mentalidade alguns anos atrás. Agora que estou tendo um certo conhecimento das coisas, de como elas funcionam... Mas sempre tivemos o desejo [de reencontrá-la]”, esclarece.

Eloiza aproveitou a entrevista para enviar uma mensagem à sobrinha. “Queria que ela soubesse que tem uma mãe e tia que a amam muito e que pedem perdão pelo que aconteceu. Nós queremos muito reencontrá-la e abraçá-la. E esperamos que ela aceite e entenda a situação, que nós temos muito amor para dar”, diz.

Sobre um possível reencontro, Eloiza torce para que seja amigável e que ela saiba de sua história.

“Nós temos a esperança que ela saiba a verdadeira história dela, de que foi adotada. Esperamos que ela também tenha o desejo de conhecer a família biológica. Nós queremos tudo amigavelmente, nada forçado. Se ela quiser, amém!”.

Qualquer informação que possa ajudar na localização de Elizabeth pode ser passada diretamente para o Núcleo de Pessoas Desaparecidas da DHPP, por meio do telefone (65) 9 9982-7766.





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