Cuiabana procura sobrinha que foi dada para adoção há 33 anos A mãe biológica da criança mora atualmente na Alemanha e sonha em reencontrar a filha
Uma moradora de Cuiabá tem peregrinado por órgãos públicos em busca de pistas sobre o paradeiro de sua sobrinha, que há mais de 30 anos foi dada para a adoção. A última vez que Eloiza Faria Silva dos Santos viu Elizabeth Faria Silva, a sobrinha, foi quando ela tinha pouco mais de um ano de idade, no fim da década de 1980.
Elizabeth nasceu em 25 de abril de 1988 e teria hoje 34 anos. Atualmente, ela pode nem usar mais esse nome, visto que por lei a família adotante tem o direito de modificar o nome da criança adotada.
A mãe de Elizabeth, Eunice Faria - que é irmã de Eloiza e atualmente mora na Europa -, engravidou ainda adolescente, por volta de seus 15 anos. O pai da criança, que não tinha nada sério com Eunice, na época não aceitou a paternidade e não a apoiou a gravidez.
Elas perderam o contato com Elizabeth pouco mais de um ano após seu nascimento, quando Eunice deixou a criança com a família e se mudou para o Rio de Janeiro, em busca de oportunidades.
A avó de Elizabeth, mãe de Eloiza e Eunice, nunca aceitou a gravidez da filha e tampouco quis cuidar da neta. Ela alegava não ter condições financeiras para isso.
A avó então entregou a neta para o Juizado de Menores. Pouco tempo depois, em julho de 1989, o Juizado a encaminhou para o Orfanato Lar Espírita Monteiro Lobato, que não existe mais, onde ela teria a oportunidade de ser adotada por outra família.
A partir daí, a família não teve mais notícias da pequena Elizabeth.
Eloiza está hoje representando a irmã, que vive na Alemanha. Ambas nutrem o desejo de reencontrar Elizabeth mesmo depois de tanto tempo, e por isso não vêm medindo esforços na investigação por qualquer pista que ajude a encontrá-la.
“Minha irmã é a primeira interessada em achar a filha. Eu também. É o nosso sonho, vamos ficar muito felizes. Esperamos que seja tudo amigavelmente. Pode ser que ela também queira encontrar a mãe biológica, isso sua essa família [atual] falou a verdade, que ela foi adotada”, diz Eloiza.
Em sua busca, a tia já passou por órgãos como Tribunal Eleitoral, Receita Federal, Casa da Democracia, Juizado de Menores, Fórum Cível através do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC), Defensoria Pública e por último o Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Polícia Civil.
Hoje, porém, 33 anos depois que Elizabeth foi entregue para a adoção, o tempo pode dificultar na obtenção de pistas, documentos ou até mesmo achar pessoas que lidaram com o caso. Também não restou nenhuma foto de quando Elizabeth era bebê. Eloiza justificou porque demoraram tanto tempo para que se engajassem na busca, mesmo sempre tendo o desejo do reencontro.
“Minha irmã hoje mora no exterior. Só agora está melhorando a situação de vida. Eu mesma não tinha essa mentalidade alguns anos atrás. Agora que estou tendo um certo conhecimento das coisas, de como elas funcionam... Mas sempre tivemos o desejo [de reencontrá-la]”, esclarece.
Eloiza aproveitou a entrevista para enviar uma mensagem à sobrinha. “Queria que ela soubesse que tem uma mãe e tia que a amam muito e que pedem perdão pelo que aconteceu. Nós queremos muito reencontrá-la e abraçá-la. E esperamos que ela aceite e entenda a situação, que nós temos muito amor para dar”, diz.
Sobre um possível reencontro, Eloiza torce para que seja amigável e que ela saiba de sua história.
“Nós temos a esperança que ela saiba a verdadeira história dela, de que foi adotada. Esperamos que ela também tenha o desejo de conhecer a família biológica. Nós queremos tudo amigavelmente, nada forçado. Se ela quiser, amém!”.
Qualquer informação que possa ajudar na localização de Elizabeth pode ser passada diretamente para o Núcleo de Pessoas Desaparecidas da DHPP, por meio do telefone (65) 9 9982-7766.
Comentários