“Interventor terá trabalho árduo e descobrirá destino de dinheiro” Gilberto Figueiredo, que reassume Saúde na Gestão Mendes, citou ainda auditoria em Pasta de Cuiabá
O futuro secretário de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, afirmou que a intervenção do Estado na Saúde de Cuiabá irá mostrar à sociedade onde o dinheiro público vindo da União está sendo aplicado.
Devido a má gestão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), a Justiça determinou ao governador Mauro Mendes (União) a nomeação de um interventor para comandar a Secretaria de Saúde do Município. Mendes escolheu, nesta quinta-feira (29), o procurador do Estado Hugo Felipe Lima.
“Quando Cuiabá aceita receber atendimentos de pessoas do interior, ele recebe para isso", disse se referindo às transfências do Estado e da União à Capital.
"Ele não decide fazer isso de forma gratuita. É uma ilusão falar esse tipo de coisa: 'Somos responsáveis por atender o estado inteiro', como se não se recebesse por isso. Agora, vamos descobrir para onde está indo o recurso daquilo que se recebe para fazer”, acrescentou.
Figueiredo assume a Saúde do Estado em janeiro do ano que vem e deverá auxiliar Hugo Lima nos trabalhos à frente da intervenção.
É uma ilusão falar esse tipo de coisa: 'Somos responsáveis por atender o estado inteiro', como se não se recebesse por isso
“O Governo de Mato Grosso passa a ser responsável por essa intervenção. Então, nada mais lógico do que a Secretaria de Saúde, com todo seu staff, dar o apoio necessário para que o interventor possa fazer o diagnóstico e adotar as medidas corretivas”, afirmou.
“Ele [Hugo Lima] vai ter que constituir uma equipe. Ele terá um trabalho árduo e grande e precisa de ter irrestrito apoio de todos”, completou.
Início dos trabalhos
O novo interventor foi nesta quinta à Secretaria de Saúde da Capital acompanhado do secretário de Planejamento e Gestão, Basílio Bezerra. Segundo Figueiredo, o grupo deverá fazer um diagnóstico da Saúde municipal antes de fazer modificações.
“Para você adotar medidas corretivas tem que diagnosticar, entender onde está o problema. Então, são muitas frentes de trabalho, inclusive na área contábil e financeira. É preciso saber o porquê se transformou nisso, quais são a soluções a serem apresentadas”, disse.
“É um trabalho de seis meses e acredito que dentro desse período dá para fazer um bom diagnóstico e adotar aquilo que prioritariamente precisa ser feito, no curto prazo”, acrescentou.
A intervenção estadual, conforme determinação da Justiça, seguirá até o fim de junho do ano que vem.
A intervenção
Na tarde de quarta-feira, o desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso determinou a intervenção do Estado na Saúde da Capital. Ele atendeu a um pedido do procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges, que, dentre outros argumentos, apontou que o setor vive uma “completa calamidade pública” e está colapsado.
Na prática, a determinação liminar coloca nas mãos do Estado a Saúde da Capital, e tira a administração do setor das mãos do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
O desembargador ainda alertou que caso Emanuel ou secretários ofereçam qualquer embaraço a instalação do novo comando a Saúde, “será considerado como crime de desobediência e, conforme o caso, de responsabilidade, além de eventual improbidade administrativa”.
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