Em carta, cacique pede perdão a Lula e ministro por ataques
O indígena José Acácio Serere Xavante, conhecido como "Cacique Tserere", emitiu uma nota pública nesta segunda-feira (5), na qual pede perdão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes pro ataques a ambos. Ele está preso desde o dia 12 de dezembro do ano passado.
"Peço, humildemente, desculpas ao povo brasileiro por eventuais declarações exageradas que fiz, ao criticar o sistema eleitoral brasileiro. Da mesma forma, peço desculpas ao Supremo Tribunal Federal; ao Tribunal Superior Eleitoral; ao presidente irmão Lula; ao irmão Alexandre; à minha familia; à minha querida tribo Xavante; e, aos meus amados irmãos da nossa Igreja", diz trecho da carta divulgada.
O documento foi divulgado após rumores de que Serere teria sofrido uma parada cardíaca no presídio em Brasília. Serere ainda afirma que se equivocou ao defender que houve fraude nas urnas eletrônicas durante as eleições presidenciais. "Na verdade, não há nenhum indício concreto que aponte para o risco de distorção no resultado as urnas ou na vontade do eleitor brasileiro", disse.
"Defendi a tese da suposta fraude, com base em informações erradas, que me foram fornecidas por terceiros, que, agora, olhando para trás, vejo que estavam inteiramente desvinculadas da realidade", completou.
A carta ainda diz que sua prisão tem provocado informações desencontradas sobre "minha vida, minha família, meus propósitos políticos e pessoais".
"Não defendi e não defendo ruptura democrática, nem acredito em métodos violentos, e/ou qualquer tipo de violência, como método de ação política", continua. O indígena ainda desautorizou qualquer pessoa a falar por ele, exceto os seus advogados.
Cacique Tserere foi preso em Brasília na última segunda-feira (12) por realizar atos antidemocráticos. A prisão causou uma onda de protestos violentos em Brasília. A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes por ter incitado manifestantes armados a agirem para impedir a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Natural de Poxoréu, o indígena é pastor evangélico, filiado ao Patriotas, e se candidatou nas eleições deste ano, mas não foi eleito. Após sua prisão e com as depredações feitas por bolsonaristas, ele gravou um vídeo na Polícia Federal pedindo o fim dos atos.
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