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‘Invisíveis’, irmãos de Cuiabá lutam para sobreviver em meio à fome e à pobreza Toninho Fernandes Amaro, de 56 anos, José Amaro, de 48 anos e Marildo Fernandes Amaro, de 53 anos, só conseguiram a documentação de registro no ano passado, quando a irmã recorreu à Justiça Comunitária.
Imagine estar vivo, mas não existir. É assim que viviam até pouco tempo os irmãos, Toninho Fernandes Amaro, de 56 anos, José Amaro, de 48 anos e o Marildo Fernandes Amaro, de 53 anos, que não tinham os documentos legais de identificação até o ano passado.
A irmã mais nova da família, Nair Fernandes Amaro, que foi buscar ajuda na Justiça para que os irmãos pudessem tirar o documento e, também, para que eles recebam algum tipo de auxílio.
“Eu busquei ajuda por meio da Justiça Comunitária. Eu fui até a unidade e levei uma folha com o nome dos meninos, de cada um deles, porque precisava registrar e documentar”, disse a dona de casa em entrevista à TV Centro América.
A agente comunitária do Tribunal de Justiça, Nilza de Campos, foi quem recebeu o pedido de ajuda. Ela fez questão de ir conhecer os irmãos pessoalmente, para ajudá-los a serem registrados, através dos meios legais.
“Foi a partir desse momento que a defensoria foi atrás e fez o registro tardio”, contou.
De acordo com José Bezerra, juiz coordenador da Justiça Comunitária, o órgão contou com o apoio da Receita Federal.
“Nós já buscamos também, o apoio da Receita Federal onde foi feito todos os CPF’s da família. Consequentemente, a partir disso, estamos buscando agora os benefícios para auxiliá-los, já que todos eles são catadores de lixo e vivem há mais de 30 anos aqui no entorno de Cuiabá, onde contam com total ausência de estado”, explicou.
Dificuldades
![Segundo o catador, Toninho Amaro, eles mal conseguem se alimentar — Foto: Reprodução](https://s2.glbimg.com/zMEWfsnoUSSPmGMTov_6OwSWaFY=/0x0:1021x579/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/U/P/JauOQPSAK1qBBUVqCAqw/casa-irmaos-2-.jpg)
Segundo o catador, Toninho Amaro, eles mal conseguem se alimentar — Foto: Reprodução
Apesar de estarem com a documentação em mãos, o prejuízo por terem passado por tanto tempo na invisibilidade é incalculável. Coisas que são comuns para muitos, era impossível para eles. Estudar, trabalhar, ir ao médico e, principalmente, comer dignamente todos os dias, são direitos que eles nunca tiveram.
Segundo o catador, Toninho Amaro, eles mal conseguem se alimentar.
“Quase não conseguimos comer uma vez por dia. A gente tem que economizar porque o arroz está caro, se fizermos o almoço e a janta, a comida acaba muito rápido. Eu só cozinho uma vez por dia, já que aquela comida tem que ser o almoço e o jantar”, ressaltou.
Os irmãos são do Paraná e mudaram para Mato Grosso ainda na infância, junto com toda a família. Dois dos irmãos já tinham registro, mas a falta de instrução foi barreira na busca de melhores condições. Sem renda fixa, sempre faltou o básico.
Todos moram juntos em uma casa na capital. Nos fundos da residência, há muito material acumulado, que foi retirado de um aterro sanitário e é disso que os irmãos sobrevivem. Eles vendem esses produtos para a reciclagem, só que o dinheiro que recebem por isso, é muito pouco, portanto, precisam recorrer ao lixo para se alimentarem.
Entre todos, apenas Toninho e o irmão Benedito, tem condições físicas de continuar com o recolhimento do lixo seco para a reciclagem. O Marildo tem elefantíase e deficiência auditiva. Ele mal consegue ficar em pé por causa das dores.
A esperança é que com os documentos em mãos, com assistência e informações corretas, eles possam pelo menos, receber algum auxílio governamental.
“Meu maior sonho é conseguir viver em uma condição melhor e sair dessa vida de ficar catando lixo na rua. As pessoas ficam nos encarando, mas a gente vai fazer o que? Nós temos que pegar, porque se não, a gente morre de fome”, concluiu Benedito.
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