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Sábado - 28 de Janeiro de 2023 às 07:29
Por: Gazeta Digital

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“Janeiro Branco” é o mês dedicado à construção de uma cultura da Saúde Mental na humanidade. Momento de olhar para o equilíbrio, e isso também envolve a saúde mental de nossos cães, gatos e demais pets.

Musicoterapia, cromoterapia, acupuntura, florais, cannabis, dentre outras terapias, podem trazer um bem enorme para a saúde física e psíquica dos animais.

O equilíbrio do sistema circulatório e o alívio de doenças como depressão e pressão alta, além de ansiedade, insônia, febre, distúrbios digestivos, displasia e dores crônicas, estão no escopo de problemas que podem ser reduzidos ou evitados por estes tratamentos complementares (“complementares” pois podem ser feitos juntamente com as medicações ou como alternativas a elas, buscando resultados mais efetivos ou a redução dos efeitos colaterais proporcionados pelos alopáticos).

O adestrador e especialista em comportamento animal Cleber Santos, que trabalha na área de creche e hotel canina há mais de 10 anos à frente da Comportpet, foi o pioneiro a inserir a musicoterapia para cães no Brasil, que é hoje o terceiro país com mais pets no mundo.

“Isso ajuda muito a rotina, porque preciso que o animal esteja relaxado e concentrado para absorver comandos de treinamento – e as terapias agem com excelência nessa área do foco. Fora isso, como lidamos com diferentes raças em uma estrutura de hospedagem e day care, preciso ter a técnica necessária para saber acalmar aquele cão estressado ou arredio para que ele faça parte do dia a dia com os demais hóspedes”, explica Santos.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Glasgow e a Sociedade Escocesa de Prevenção de Crueldade Animal (Scottish SPCA) com cachorros de centros de abrigo, apontou uma diminuição do estresse dos animais após ouvir o reggae, junto ao soft rock.

Esse e outros estudos reforçam o impacto significativo da música nos animais. Quem nunca ouviu falar das vacas que aumentam sua produção de leite ao som de Beethoven?

Como funciona cada terapia?

A Musicoterapia para animais pode ser feita diariamente. Geralmente, eles recepcionam bem sons de piano, sax e violino, ao contrário de sons agudos, metálicos e de percussão. Porém, quando o animal é apático ou medroso, é preciso desenvolver algum outro estímulo de som. A altura da música deve ser levada em conta. Enquanto os humanos captam sons com até 20 e 20.000 hertz, os cães - por exemplo - são capazes de captar entre 26 e 40.000 hertz.

Na Cromoterapia, luzes coloridas iluminam a sala, preparada para as duas finalidades. “O relaxamento é tanto, que cães que já frequentam a sala há muito tempo, se dirigem sozinhos para lá quando dá o horário e se deitam nas caminhas que ficam prontas no local”, conta.

Geralmente, nos cães, as sessões começam a fazer efeito na 12ª execução. E os resultados são visíveis. “Há cães que chegam para a convivência muito agitados, arredios, pulando, incomodando outros. Passadas duas semanas, já estão dormindo com os outros pets”, diz Cleber.

Cannabis

O uso de Cannabis para pets tem avançado muito, da mesma maneira que na medicina humana, uma vez que a Cannabis pode agir como um complemento importante em tratamentos que não estão atingindo resultado.

Isso porque atua diretamente no sistema endocanabinóide, por meio de diversos receptores, principalmente o CB1 e CB2 no Sistema Nervoso Central (SNC) e no Sistema Nervoso Periférico (SNP). Os benefícios do tratamento abraçam o alívio de dores e inflamações e o equilíbrio da pressão intraocular e da energia do pet.

Também é indicado para alteração comportamental e distúrbios psicossomáticos, como ansiedade, agressividade, medo, depressão e pânico. Patologias mais sérias também são tratadas com óleo de Cannabis. São elas: câncer, artrose, epilepsia, esclerose tuberosa, entre outras.

A veterinária Jaqueline Marcello, parceira de Santos nos acompanhamentos de cães, prescreve tratamentos com Cannabis desde 2020, e relata que a substância possui ampla indicação, promovendo qualidade de vida e bem-estar ao paciente.

A forma mais utilizada é o óleo, por via oral. Dependendo da apresentação do óleo, a dosagem pode ser em gotas ou em miligramas.

“Na consulta, realizamos a avaliação do quadro, junto com uma avaliação física e a solicitação de exames para entender se o fitoterápico seria indicado. Caso seja, a prescrição e a proporção da dose são pensadas de acordo com o que o animalzinho apresenta, se possui mais de uma comorbidade ou se faz algum outro tratamento conjunto”, ela explica. Além disso, é preciso assinar um termo de consentimento estando ciente de todas as informações passadas em consulta.

Terapia floral e acupuntura

Com a prescrição de um veterinário ou profissional qualificado para realizar o tratamento, é possível tornar acessível terapias com florais e acupuntura. Sobre os florais, mais popularmente conhecidos, muitas vezes eles são receitados tanto para o dono quanto para o cachorro.

Falando sobre Acupuntura, todos os pets podem vivenciar a experiência desse método milenar. Muitos perguntam como segurar um cão ou gato em uma sessão de agulhadas. O especialista explica: “A chave é o condicionamento. Muitos animais não deixam na primeira, nem na segunda. Mas, com paciência, eles vão relaxando. E vale muito a pena.

A contribuição nos processos regenerativos é significativa, assim como na recuperação de cirurgias ou tratamentos para paralisias, AVCs, convulsões, tendinites, gastrites, cistites e para amenizar sintomas da quimioterapia”, explica Cleber.

Santos completa que todas essas terapias não possuem um prazo definido. Ele salienta que para muitos tratamentos, a média é de seis meses e, em casos complexos, é necessária a continuidade.





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