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Policia MT
Segunda - 30 de Janeiro de 2023 às 16:16
Por: Diário de Cuiabá

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O delegado Marcel Oliveira, da DHPP de Cuiabá, que comanda as investigações sobre o duplo assassinato cometido por filho de deputado
O delegado Marcel Oliveira, da DHPP de Cuiabá, que comanda as investigações sobre o duplo assassinato cometido por filho de deputado

O empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, 57 anos, que matou a tiros a ex-namorada, a servidora pública Thays Machado, 44, instalou um localizador no veículo dela.

A informação foi dada, nesta segunda-feira (3), pelo delegado Marcel Oliveira, da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), que comanda as investigações envolvendo o filho do deputado federal Carlos Bezerra.

Segundo o policial, o empresário instalou o GPS no carro de Thays quando eles ainda eram namorados.

Carlos Alberto Bezerra também utilizava um caderno para anotar os passos da então namorada.

O equipamentos de monitoramento e os cadernos com as anotações foram encontrados durante busca e apreensão na casa do empresário, no bairro Santa Rosa, em Cuiabá.

Segundo o delegado Marcel, foram localizados GPS veicular e escutas ambientais.

No caderno, há anotações do dia e horário que os aparelhos foram instalados no carro, por quanto tempo duraria a bateria. Ou seja, até que dia ele poderia estar monitorando.

Thays Machado foi assassinada no dia 18 de janeiro, quando saía do prédio onde a mãe mora, no bairro Consil, com seu namorado Willian César Moreno, 30.

Carlos Bezerra disparou seis tiros e cada um foi morto com três tiros.

Com a prisão preventiva, o empresário está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE) e já foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por homicídio qualificado e perseguição majorada.

HISTÓRICO DE VIOLÊNCIA - Carlos Alberto Gomes Bezerra, segundo a Polícia Civil, tinha um histórico de violência e comportamento possessivo com a vítima, considerando que não aceitava o fim do relacionamento.

Ele a perseguia e a ameaçava à luz do dia, inclusive, no dia em que a matou.

“Também encontramos 71 prints de localizações onde a vítima passava. Uma vez o programa instalado, passava os dados para o aparelho celular dele, e ele imprimia essas geolocalizações com os principais locais que a vítima frequentava”, disse o delegado.

“Os colégios que ela estava, na época, procurando para realizar matrícula da filha dela, diversas clínicas veterinárias, porque ela criava cachorros Golden. Inclusive, em diversas dessas anotações, ele fazia links”, acrescentou.

Segundo ele, Carlos Alberto ligava para a vítima perguntando onde ela estava, para confirmar se era o mesmo local informado no GPS.

“Aí, ele pegava os prints e anotava o que ela tinha feito para ver se era compatível com o que estava falando com ele no telefone”, completou o delegado.

De acordo com as investigações da DHPP, o empresário também monitorava o celular da vítima, checava a agenda de contatos e as ligações perdidas e, a partir disso, ele criou uma lista, dividindo por cores as pessoas e o relacionamento delas com Thays.

“Ele tinha um sumário: de cor laranja era trabalho, prestador de serviço. As azuis eram homens e em rosa eram mulheres. Se ele via que era mulher, dava menos importância, não fazia anotações”, disse Marcel.

“Ele marcava detalhes, [por exemplo]: 'Liguei, falou que não conhece a Thays'. Adicionava a pessoa no Whatsapp, via se tinha foto, alguma característica, e fazia anotações ao lado: 'tem uma tatuagem no braço'”, explicou o delegado.

O mesmo acontecia nas redes sociais de Thays, nas quais, segundo o delegado, ele anotava as pessoas que curtiam as fotos dela, entrava no perfil para ver quem eram.

“Era obsessão de caráter frenético. De perseguir os passos de forma incessante, procurar saber todos os locais, pessoas que acompanham”, concluiu.

PREVENTIVA - A Polícia Civil concluiu, na sexta-feira (27), o inquérito que apurou os assassinatos de Thays Machado e Willian César Moreno, ocorridos há nove dias, em Cuiabá, e indiciou Carlos Alberto Gomes Bezerra por homicídio qualificado e perseguição majorada.

Pela morte de Thays, o autor responderá pela qualificadora de feminicídio.





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