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Terça - 31 de Janeiro de 2023 às 09:46
Por: Por Amábile Monteiro*, g1 MT

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Luciana é idealizadora do projeto “Cobrindo com Amor”, em Colíder, a 648 km de Cuiabá. — Foto: Arquivo pessoal

Luciana é idealizadora do projeto “Cobrindo com Amor”, em Colíder, a 648 km de Cuiabá. — Foto: Arquivo pessoal

Para ajudar pessoas que sofrem com a queda dos cabelos devido ao tratamento de câncer, a consultora de imagem e empresária, Luciana Gonçalves Valente, de 43 anos, criou o projeto “Cobrindo com Amor”, em Colíder, a 648 km de Cuiabá. A iniciativa coleta mechas de cabelos e doa para a confecção de perucas ao Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCANMT).

A campanha foi criada há sete anos e já arrecadou mais de 1.280 tufos de cabelo.

Ao g1, Luciana contou que tudo começou em um leilão de gado na cidade, quando uma mãe subiu ao palco pedindo ajuda para atender o pedido da filha, de 6 anos, que queria cortar o cabelo para doar.


“Ela subiu no palco dizendo que a filha queria doar o cabelo, então estava procurando alguém que cortasse para a menina, eu fiquei emocionada e foi aquilo que me inspirou a fazer o mesmo. Passou um tempo e eu criei a campanha, firmei um acordo com o Sindicato Rural para poder levar alguns cabeleireiros ao leilão, para as pessoas que quisessem cortar o cabelo para doar”, disse.

Para a empresária, a ação é uma forma de conscientizar e ajudar pessoas que sofrem com a consequências em decorrência da quimioterapia.

“Me sinto muito feliz realizando essa ação que pode ajudar muita gente, principalmente a mulheres, que sentem muita falta dos cabelos. O cabelo para as mulheres é tudo, então quando os fios começam a cair, acho que a autoestima desestabiliza. É muito bom poder ajudar elas a recuperarem ao menos um pouco da segurança e da vaidade”, contou.

Luciana recebe doações de janeiro a janeiro, e tira um dia do ano para vir à Cuiabá para entregar as mechas pessoalmente ao hospital.

Solidariedade

O publicitário, Júnior Beck, de 37 anos, deixou o cabelo crescer por dois anos para doar — Foto: Arquivo pessoal

O publicitário, Júnior Beck, de 37 anos, deixou o cabelo crescer por dois anos para doar — Foto: Arquivo pessoal

O publicitário, Júnior Beck, de 37 anos, começou a deixar o cabelo crescer quando sua avó foi diagnosticada com câncer. Nesse mês, ele cortou o cabelo após dois anos, e fez questão de entregá-lo para o projeto.

“Comecei a deixar crescer o cabelo para dar para minha avó, mas, como infelizmente ela não resistiu e faleceu, eu decidi continuar deixando crescer, até dar um tamanho bom para doar para outra pessoa que fosse precisar. Acredito que isso ajuda a fortalecer a pessoa, que está passando por aquele momento difícil, além de deixá-la um pouco mais feliz”, disse.

Felicidade que as amigas Eliane Del Pintor, de 43 anos e Luzinete Aparecida Lima da Silva, de 34, sentiram ao receber a doação de perucas através do HCANMT. Ambas foram diagnosticadas com câncer de mama e fizeram o tratamento da doença juntas. Para elas, as perucas foram essenciais durante o tratamento.

Eliane Del Pintor, de 43 anos e Luzinete Aparecida Lima da Silva, de 34, se conheceram durante o tratamento — Foto: Arquivo pessoal

Eliane Del Pintor, de 43 anos e Luzinete Aparecida Lima da Silva, de 34, se conheceram durante o tratamento — Foto: Arquivo pessoal

“Meus cabelos começaram a cair nos primeiros quinze dias de quimioterapia. Quando eu fui raspar a cabeça, eu não estava triste, bem pelo contrário, eu raspei a cabeça rindo, porque eu enxerguei aquele momento como o primeiro passo para a cura do câncer. Mas depois de um tempo, a gente se sente abalada, é inevitável. A peruca devolveu a minha autoestima”, ressaltou Eliane.

Por outro lado, Luzinete conta que o tratamento contra a doença deixa as pessoas mais vulneráveis e sensíveis, por isso, a doação de cabelos é essencial.

“A pessoa já está passando por esse momento difícil e ainda não tem nenhum cabelo para você sequer poder se olhar no espelho, é complicado, poucos conseguem passar por isso de cabeça erguida. Eu só tenho a agradecer as pessoas que fazem a doação, é um lindo gesto de amor”, explicou.

A pequena Sara Ramos Aires, de 4 anos, teve a ideia de doar para o hospital o Hospital de Câncer de MT — Foto: Arquivo pessoal

A pequena Sara Ramos Aires, de 4 anos, teve a ideia de doar para o hospital o Hospital de Câncer de MT — Foto: Arquivo pessoal

A menina Sara Ramos Aires, de 4 anos, filha da Gleicikely Ramos, de 35 anos, sempre teve os cabelos compridos, mas, ao decidir cortar, teve a ideia de doar para o hospital.

“No final do ano passado ela disse que queria o cabelo bem curtinho, no pescoço, para ficar igual à Branca de Neve. Como ela não mudou de ideia, nós a levamos para cortar. Quando ela me viu segurando a mecha na mão, ela falou rindo que dava de fazer uma peruca, foi daí que surgiu a ideia de doar no Hospital do Câncer, ela ficou toda entusiasmada: ‘mamãe, vamos logo lá, quero doar meu cabelo para outra criança que não tem’, agora, ela fica contando para todo mundo que cortou o cabelo e doou”, concluiu a mãe de Sara.

Como doar

Para doar é necessário ir diretamente ao Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCANMT) e procurar o setor Central de Captação (CI). Segundo o Hospital, não há restrições com químicas ou tipos de cabelo. Os únicos requisitos que o HCANMT exige, é que as mechas tenham acima de 20 centímetros, estejam secas e amarradas. As doações são recebidas de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, e aos sábados das 7h às 12h.

Com supervisão de Amanda Aquino*





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