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Cidades/Geral
Quarta - 08 de Fevereiro de 2023 às 08:16
Por: Safira Campos

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Governo de Mato Grosso

Um levantamento divulgado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) nesta segunda-feira (06.02) aponta que Mato Grosso possui atualmente 7.259 médicos em atuação no estado. Destes, cerca de 4.400 são especialistas e 3.900 não possuem nenhuma especialidade no currículo. O número geral aponta Mato Grosso com uma proporção de 2,03 profissionais por mil habitantes, média que fica ligeiramente abaixo da registrada nacionalmente.

O número absoluto, entretanto, não chega a ser um problema. O maior desafio para o estado está na distribuição dos profissionais, que estão concentrados na capital e nos maiores municípios da unidade federativa, prejudicando o atendimento nas cidades pequenas. Conforme a plataforma Demografia Médica no Brasil 2023, a capital Cuiabá conta com 5,6 médicos para cada mil habitantes. Nos municípios do interior este número cai para 1,3.

É o que explica a pediatra Lúcia Helena Barboza Sampaio, atual presidente do Conselho Regional de Medicina do Mato Grosso (CRM-MT). "Temos uma proporção de médicos ativos por habitante considerada bom. O problema é a distribuição desses médicos, que melhoraria com condições melhores de trabalho e com medidas que pudessem manter o médico em seus locais de trabalho, especialmente no interior. O maior desafio nem é atrair esses profissionais para os pequenos municípios, mas mantê-los. Às vezes uma boa oferta financeira atrai inicialmente, mas quando esse profissional chega ao local de trabalho nem sempre as condições permitem que ele fique. Na prática, um bom salário não resolve", afirma.

Os problemas passam por questões como falta de infraestrutura de trabalho, leitos, equipamentos, medicamentos, acesso a exames e apoio de equipe multiprofissional, o que afasta os profissionais, especialmente os mais experientes. O coordenador do Sistema de Acreditação de Escolas Médicas do CFM, Donizetti Giamberardino, defende que nacionalmente, há a necessidade de elaboração de políticas de fixação do profissional de saúde em cidades de difícil provimento.

“Precisamos de um financiamento adequado, de uma avaliação adequada de recursos, de uma política de recursos humanos de fixação do médico e de outros profissionais em cidades de difícil provimento”, disse, ao defender uma política de integração de rede. “Não podemos confundir a desejada descentralização com a municipalização de sistemas”, afirma.

Dados nacionais

Com Agência Brasil

O Brasil contabiliza, atualmente, 546 mil médicos ativos, uma proporção de 2,56 profissionais por mil habitantes. O número, segundo registros dos conselhos regionais de Medicina, mais que dobrou nos últimos 20 anos. O atual índice brasileiro de 2,56 médicos por mil habitantes já é compatível com o de países como Estados Unidos (2,6), Canadá (2,7), Japão (2,5) e Coreia do Sul (2,5), além de ser maior que o do Chile (2,2), da China (2) e da África do Sul (0,8). Com o incremento esperado, em cinco anos, o Brasil deve ultrapassar Nova Zelândia (3,4), Irlanda (3,3), Israel (3,3), Finlândia (3,2), França (3,2), Bélgica (3,2) e Reino Unido (3).





Fonte: PNB Online

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