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Sábado - 21 de Julho de 2012 às 09:17

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) deu aval ao uso de medicamentos contra o HIV entre pessoas que estejam em situação de alto risco para contrair o vírus, e sugeriu que países ricos e pobres criem projetos-pilotos para entender melhor os benefícios disso.

A agência da ONU fez essa sugestão nesta sexta-feira (20), quatro dias depois de autoridades reguladoras dos EUA aprovarem o uso do medicamento Truvada, do laboratório Gilead Sciences, em pessoas não contaminadas que mantenham relações sexuais com soropositivos. O conceito é conhecido como "profilaxia pré-exposição".

O Truvada, que combina em um só comprimido os medicamentos tenofovir e emtricitabine, já é amplamente usado no tratamento de pessoas contaminadas pelo vírus da Aids. O remédio, que custa quase US$ 14 mil por ano nos EUA, é o primeiro tratamento preventivo a ser aprovado.

"A OMS está estimulando os países que desejem introduzir a profilaxia pré-exposição a estabelecerem inicialmente projetos pequenos para ajudarem profissionais de saúde pública a entenderem melhor e perceberem todos os benefícios potenciais", disse a agência em nota.

Sarah Russell, porta-voz da OMS, disse que a agência não pode recomendar drogas específicas para a prevenção, mas acrescentou: "Precisa ser uma droga como o Truvada, que tenha sido desenvolvida para fins preventivos."

A OMS disse ser importante que as pessoas que usem a profilaxia não sejam soropositivas, porque do contrário formas do HIV resistentes à medicação podem se desenvolver. A agência disse que essas pessoas também devem continuar usando preservativos e tomando fielmente os seus medicamentos todos os dias.

Pílula do medicamento Truvada, que foi autorizado por agência dos EUA a ser vendido como método preventivo à transmissão do vírus HIV (Foto: Paul Sakuma/AP)
Pílula do medicamento Truvada, remédio que foi autorizado por agência dos EUA na última semana a ser vendido como método preventivo à transmissão do vírus HIV (Foto: Paul Sakuma/AP)

 

Auxílio a grupos de risco
A pílula é considerada por muitos especialistas uma nova e potente ferramenta contra o vírus da Aids, mas alguns provedores de serviço de saúde temem que incentive comportamentos sexuais de risco.

Um estudo sobre o Truvada publicado em 2010, no "New England Journal of Medicine", incluiu 2.499 homens que tinham relações sexuais com outros homens, mas que não estavam infectados com o vírus que causa a Aids.

Os participantes foram selecionados aleatoriamente para tomar uma dose diária de Truvada - uma combinação de 200 miligramas de emtricitabina e 300 mg de tenofovir disoproxil fumarato - ou um placebo. Quem tomou o medicamento regularmente teve quase 73% a menos de infecções.

Segundo os especialistas, os resultados são a primeira demonstração de que um remédio já aprovado por via oral pode diminuir a probabilidade de infecções de HIV.

De acordo com Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o medicamento tem registro no órgão, ou seja, significa que está autorizado a ser comercializado no país.

*Com informações da Reuters






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