Câmara rejeita criação de Comissão que poderia cassar Emanuel Nove vereadores votaram pela abertura da investigação no Legislativo Municipal; 14 foram contrários
A Câmara de Cuiabá rejeitou na quinta-feira (9) a abertura de uma Comissão Processante para investigar o rombo na Saúde e que poderia levar à cassação do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
Ao todo, 14 vereadores votaram contra e apenas nove a favor (Veja votação mais abaixo).
O autor do requerimento foi o vereador Dilemário Alencar (Podemos), que justificou o pedido com base nas informações divulgadas pelo Gabinete de Intervenção na Saúde da Capital, que ficou sob a gestão do Estado de 28 de dezembro a 5 de janeiro.
Durante o pouco mais de uma semana que esteve à frente da Secretaria, o interventor Hugo Lima detectou um rombo de R$ 356 milhões, referente a despesas contratadas e não pagas a fornecedores, despesas sem contratos, além de falta de repasse do INSS e FGTS.
Na sessão desta quinta-feira (9), durante a leitura do pedido, Dilemário ainda citou a Operação Hypnos, deflagrada no mesmo dia pela Polícia Civil, que resultou na prisão do ex-secretário de Saúde Célio Rodrigues.
Votação
A votação foi nominal. Os vereadores teriam que votar "sim" ou "não" para a abertura da comissão processante.
Os parlamentares que fazem oposição ao prefeito Emanuel Pinheiro votaram favoráveis. São eles: Edna Sampaio (PT), Demilson Nogueira (PP), Dr. Luiz Fernando (Republicanos), Eduardo Magalhães (Republicanos), Fellipe Corrêa (Cidadania), Maysa Leão (Republicanos), Michelly Alencar (União), Renato Mota (Podemos) e Sargento Joelson (PSB).
Já os contrários foram: Rodrigo de Arruda e Sá (PP), Adevair Cabral (PTB), Wilson Kero Kero (Podemos), Sargento Vidal (MDB), Dídimo Vovô (PSB), Kássio Coelho (Patriota), Lilo Pinheiro (PDT), Luis Cláudio (PP), Marcus Brito Jr. (PV), Pastor Jeferson (PSD), Paulo Henrique (PV), Mário Nadaf (PV), Renivaldo Nascimento (PSDB) e Rogério Varanda (MDB).
Cesinha Nascimento (PL) estava ausente e o presidente da Câmara, Chico 2000 (PL), só tem direito ao chamado "voto minerva" em caso de empate.
Rogério Mota, suplente de Dilemário, assumiu a vaga no momento da votação. Isso porque o autor da comissão não vota, conforme manda o Regimento Interno da Câmara.
Para a comissão ser aprovada, eram necessários 13 votos favoráveis.
Dilemário lamentou a derrota e afirmou que os parlamentares que votaram contra o pedido de abertura blindaram, mais uma vez, o prefeito.
Apenas nove vereadores votaram pela instação da Comissão Processante, ficando do lado do povo que sofre nas unidades de saúd
"Apenas nove vereadores votaram pela instação da Comissão Processante, ficando do lado do povo que sofre nas unidades de saúde devido o mar de corrupção na gestão do atual prefeito", afirmou o vereador, que disse ainda que pretende protocolar novos pedidos de Comissão Processante.
Já a vereadora Michelly Alencar (União) disse que Câmara virou as costas para a população que necessita de atendimento público de saúde.
"Até nós ficamos nos perguntando: o que seria maior em um mandato de um vereador do que defender a vida de quem está morrendo? O que estaria acima disso? Hoje a gente viu a Câmara virando as costas para as quase 200 mil pessoas que estão aguardando um exame, uma consulta, um diagnóstico ou um medicamento", disse.
"Está comprovado que existe uma demanda reprimida de quase 200 mil pessoas aguardando atendimento. O caos já está instaurado, infelizmente, mais uma vez a gente tá aqui dando essa demonstração de descaso com a população”, concluiu.
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