MT pode superar Argentina na produção de grãos, aponta Imea Condições climáticas devem fazer país vizinho ficar atrás do estado, principalmente em relação à soja.
Maior produtor de grãos do Brasil, Mato Grosso deve colher nesta safra quase 43 milhões de toneladas de soja, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), enquanto, na Argentina, as projeções são de 34,5 milhões de toneladas.
A safra está sendo ruim neste ano para o país sul-americano porque a produção ficou abaixo da série histórica, conforme o superintendente do Imea, Cleiton Gauer.
A falta de chuva causou impacto negativo para a produção de grãos do país vizinho. A Bolsa de Rosário, que faz projeções do agronegócio na Argentina, anunciou que metade da safra de soja na principal região produtora do país, a pampa úmida, foi perdida por causa da seca e a estimativa de colheita tem caído nas últimas semanas.
O milho é a principal cultura de segunda safra semeada em Mato Grosso e a colheita do cereal no estado também deve superar a da Argentina. Enquanto o Estado estima colher 43,4 milhões de toneladas de milho, na Argentina, a projeção é um pouco menor: 42,5 milhões de toneladas.
Mundialmente conhecida como um dos maiores exportadores de grãos, a Argentina prevê que, neste ano, alguns produtores podem perder toda a safra. As vendas para o exterior podem cair até 21%, no melhor dos cenários, e 33%, no pior deles. O resultado final vai depender das condições climáticas, conforme o especialista.
Em Mato Grosso, mesmo com o ritmo da colheita da soja abaixo da média dos últimos anos, o Imea revisou para cima a projeção de produtividade da soja na safra 2022/23 para Mato Grosso. O rendimento deve ser recorde, com média de 60,43 sacas por hectare (sc/ha), alta de 3,38% em relação ao último relatório. No médio-norte, o rendimento é ainda melhor: 61,03 sc/ha.
O desempenho de Mato Grosso tem reflexo direto nos resultados do Brasil nas exportações. Entre janeiro e novembro de 2022, o Estado foi a principal origem dos produtos exportados, contribuindo com 35% das vendas externas, seguido por São Paulo e Paraná.
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