Estado tem dificuldade para localizar pacientes na fila por uma cirurgia Uma força-tarefa vai atualizar pessoas que estão na fila de espera por procedimentos eletivos e do cadastro dos pacientes do SUS
Em 2021, o Governo de Mato Grosso lançou o programa “Mais MT Cirurgias” para reduzir o número de pessoas na fila de espera do Sistema Único de Saúde (SUS) por uma cirurgia eletiva e de exames de alta complexidade.
No entanto, o Estado enfrenta dificuldade para solucionar o problema.
Um dos motivos apontados é a desatualização de dados no sistema de regulação.
Para encontrar uma solução, o assunto foi discutido entre representantes das Secretarias de Estado de Saúde (Ses-MT) e municipais de Saúde de Cuiabá e Várzea Grande.
No encontro, foi anunciada uma força-tarefa para a atualização da fila de espera por procedimentos eletivos e do cadastro dos pacientes do SUS, com prioridade para aqueles que aguardam a realização do procedimento.
A estimativa é de que mais de 40 mil pessoas esperam na fila no Estado, segundo a SES-MT.
O trabalho de revisão das informações de cadastro dos usuários do SUS tem por objetivo facilitar a busca ativa, ou seja, para que seja possível localizar os pacientes que estão com dados defasados.
“Buscamos convergência para viabilizar as soluções que a população precisa. O tema central da reunião foi a atualização da fila pelas cirurgias eletivas, que hoje está com informações defasadas”, disse o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo.
Segundo ele, muitas pessoas que estão na fila já realizaram o procedimento, já trocaram de endereço ou de telefone e não atualizaram o cadastro. “Há uma grande dificuldade de localizar esses pacientes”, afirmou.
Outras morreram na fila. “Depuramos a nossa filha e verificamos que 50% já fizeram a cirurgia ou não têm mais interesse em fazer ou até mesmo já faleceram. Temos poucas mais de 300 cirurgias represadas, entre ortopédicas e cirurgia ginecológica”, disse o secretário de Saúde de Várzea Grande, Gonçalo de Barros.
Conforme ele, o percentual de pessoas que foram a óbito gira em torno de 15%.
O secretário Figueiredo informou ainda que o Governo do Estado editará um decreto para a atualização continuada do cadastro dos usuários do SUS e reeditará o programa “Mais MT Cirurgias”, lançado em julho de 2021, com a meta de realizar 22,5 mil cirurgias, 69,5 mil exames de alta complexidade e 90 mil procedimentos ambulatoriais, com investimento da ordem de R$ 105 milhões.
Somente em Cuiabá, o objetivo é tirar mais de 11 mil pessoas de todo o Estado que aguardam na fila algum tipo de procedimento cirúrgico.
O secretário municipal de Saúde de Cuiabá, Guilherme Salomão, reforçou o município pode contribuir muito para o avanço da realização das cirurgias. “Deixamos claro que Cuiabá está disposta a ajudar, sabemos da nossa importância como capital do estado e sabemos que diversos procedimentos não podem ser realizados em municípios menores”, disse.
Em janeiro passado, o órgão de saúde da capital informou que, de agosto a dezembro de 2022, atendeu 1.800 pacientes mato-grossenses que aguardavam por cirurgias eletivas.
Deste total, 30% é proveniente de cidades do interior do Estado. Outros 9.403 pacientes do interior ainda estão na fila aguardando a oportunidade para serem atendidos.
As cirurgias eletivas em espera enquadram cerca de 70 tipos de procedimentos cirúrgicos.
Entre eles, de vesícula, varizes, vasectomia, laqueadura, histerectomia (retirada do útero), hernioplastia (hérnia na parede abdominal), esplenectomia (retirada do baço), ureterolitotomia (cálculos no ureter, canal que leva urina do rim para a bexiga), entre tantas outras especificidades cirúrgicas.
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