Foco é barrar shows milionários em Mato Grosso, destaca Dilmar Dal Bosco
O líder do governo na Assembleia Legislativa (ALMT), Dilmar Dal Bosco (União), vai pedir o restabelecimento do projeto de lei de autoria do governo do Estado, que visa limitar a R$ 300 mil a destinação de recursos públicos para shows e espetáculos. O parlamentar, no entanto, informou que vai solicitar que a proposta passe, antes de ser apreciada pelo plenário por algumas modificações.
‘O projeto foi apresentado pelo governo, mas como não teve agilidade na votação, foi para arquivo. Nós estamos pedindo para reestabelecer o projeto e fazer algumas modificações”, informou Dilmar em entrevista à Rádio Capital.
O projeto foi encaminhado ao Legislativo, em julho de 2022, depois de vir à tona uma polêmica envolvendo financiamento de shows nacionais por prefeituras e destinação de emendas parlamentares a projetos como o reality show ‘Casa Digital’, que recebeu R$ 450 mil do presidente da ALMT, Eduardo Botelho (União).
O parlamentar afirmou que fora ‘ludibriado’ a respeito da destinação. O assunto passou a ser amplamente discutido também depois que o cantor sertanejo Zé Neto, da dupla com Cristiano, alfinetou a cantora Anitta durante um show na cidade de Sorriso (420 km de Cuiabá).
Dilmar, por sua vez, ressaltou a importância dos eventos culturais no Estado e indicou que irá pedir que o valor limite por parte do governo tenha um acréscimo. ‘O projeto do governo limitava a emenda parlamentar em R$ 200 mil. Mas, nós temos um festival de inverno em Chapada dos Guimarães (65 km de Cuiabá) que é um evento grande. No ano passado, foi um mês de evento. Então, não tem como limitar em um valor desse. Então, vamos discutir novamente para trazer esse assunto novamente para o parlamento”, defendeu.
O procurador-geral de Justiça, Deosdete Cruz, também questionou a realização de shows milionários em cidades nas quais uma parcela da população enfrenta a fome. Ele pondera que gastos com lazer são necessários, porém muitos prefeitos fazem grandes festas com dinheiro público sem dar a atenção para a área social.
‘Escolher prioridades. Muitas vezes os municípios organizam belas festas agropecuárias, shows, investem em questões que são importantes no aspecto do lazer, mas deixam de fazer pela área social. E nós queremos é tocar nesse assunto’, avisou.
‘Se tem gente na sua cidade passando fome, será que é lícito pagar milhares de reais em um único show que vai durar uma ou duas horas? ‘, questionou o procurador-geral de Justiça.
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