A Justiça de Mato Grosso determinou a imediata suspensão do exercício profissional do médico preso na Operação "Pró-Vita" deflagrada em março deste ano pela Polícia Federal em Mato Grosso. O médico é suspeito de fazer aborto, inclusive em um hospital público, e desviar medicamentos do Sistema Único de Saúde (SUS). A medida atendeu a denúncia criminal feita pelo Ministério Público Estadual (MPE).
De acordo com a MPE, a Justiça entendeu que o médico poderia obstruir provas e possivelmente continuar com a prática de aborto, uma vez que continuava trabalhando. O médico, que foi preso junto com outras 7 pessoas, é suspeito de utilizar da estrutura e do cargo que ocupava no Hospital Municipal de Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá, para simular atendimentos de emergência em pacientes grávidas que o procuravam para realizar abortos.
Consta da denúncia da Promotoria que o médico negociava cirurgias remuneradas pelo SUS. A cobrança por cada procedimento realizado variava de R$ 800 a R$ 3 mil. Durante as investigações da PF, também foram apreendidos vários medicamentos abortivos na clínica de propriedade do acusado.
A PF constatou que o profissional comercializava e mantinha, em depósito dentro da clínica, medicamentos de uso proibido no país como Citotec e Mifepristone. Os referidos medicamentos destinavam-se à prática de abortos clandestinos dentro do Hospital Municipal.
Ainda conforme informou o Ministério Público, o médico foi denunciado criminalmente pelas práticas de aborto, peculato e corrupção passiva. O profissional também responde a uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa.
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