Maioria dos casos de malária se concentra em áreas de garimpo Em 2022, das 1.590 notificações da doença, 745 foram em áreas de garimpo e as demais (121), em territórios indígenas
A Secretaria de Estado de Saúde emitiu alerta aos municípios para o aumento de casos de malária em áreas de garimpo.
Dados da SES mostram que, nos últimos quatro anos, Mato Grosso registrou 11.707 casos de malária. Do total, 6.064 (51,7%) são em áreas de garimpo.
A medida leva em consideração a Portaria nº 28/2023, do Ministério da Saúde, que declara Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), em decorrência de desassistência à população Yanomami, em Roraima.
“Considerando que os garimpeiros estão desocupando a referida área e, em sua maioria devem estar retornando para os seus municípios de origem e muitos deles doentes, principalmente com malária”, diz a secretaria.
Neste ano, já são 125 casos contabilizados.
No documento, a Vigilância Epidemiológica do Estado observa “que o território dos Yanomami tem sido alvo de garimpo ilegal, dificultando ações de Saúde Pública na região, tendo a malária como um dos principais problemas de saúde entre os indígenas, agravando os casos de desnutrição em crianças e adultos”.
“Alertamos aos profissionais de saúde para redobrarem a atenção no diagnóstico e tratamento desta patologia, dando atenção aos casos suspeitos oriundos de áreas de garimpo”, completa.
Segundo os dados do órgão estadual, em 2022, das 1.590 notificações da doença, 745 foram em áreas de garimpo e as demais (121), em territórios indígenas.
Também ocorreram três óbitos. Contudo, o número é menor que em 2021, quando foram detectados 4.255 casos.
Deste total, 2.893 em locais com atividade de garimpagem.
A responsável técnica do Programa Estadual de Controle de Malária da SES-MT, Marlene da Costa Barros, informou, por meio da assessoria, que a redução dos casos ocorre em razão do controle por parte das forças de segurança federal e estadual nas áreas de garimpo, em especial na Terra Indígena (TI) Sararé, localizada em Vila Bela da Santíssima Trindade (521 km a Oeste de Cuiabá).
“A maioria dos casos de malária no Estado está registrada nas áreas de garimpo devido a vários fatores. Entres eles, as condições insalubres do local e de degradação ambiental. Por isso, é importante que os municípios identifiquem os casos e fiquem atentos aos pacientes dessas localidades, para um diagnóstico e tratamento oportuno”, disse.
Os municípios também têm recebido apoio e orientação, além de medicamentos antimalária, mosquiteiros com inseticida para proteção, materiais educativos e equipamentos para controle do mosquito transmissor da doença.
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