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Sábado - 11 de Março de 2023 às 06:49
Por: Petlove

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Petlove

Você tem um cachorro agressivo em casa? Seu pet tem o “pavio curto” e costuma causar problemas na rua ou na chegada de pessoas diferentes na sua casa? Se a resposta for sim, sinto muito em te informar, mas a culpa pode ser sua.

É o que diz uma pesquisa brasileira feita pelo Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo) e divulgada em vários veículos internacionais, entre eles a renomada revista Applied Animal Behaviour Science.

“Espera aí, qual culpa eu teria do temperamento agressivo do meu cão? A raça não é a ‘culpada’?” Na verdade, a raça não é um fator tão determinante para isso. Um Pitbull, por exemplo, cachorro que tem fama de ser bem bravo, pode ser muito mais dócil que um Pinscher.

Entenda a pesquisa
De acordo com o estudo feito pela universidade brasileira, há boa chance de a agressividade estar diretamente ligada ao contexto social do cachorro, incluindo a forma como ele é tratado pelo tutor e outras pessoas da família, além de questões físicas.

Depois de analisarem 665 cães de lares brasileiros, os pesquisadores constataram que:

Cães pequenos e os que passam a maior parte do tempo fora de casa têm forte tendência a serem mais bravos.
Cães fêmeas, bem como cães que brincam com mais frequência com os seus humanos tendem a ser mais dóceis.
73% dos cães participantes que eram tutelados por mulheres demonstraram menos agressividade com pessoas estranhas.


“O ambiente e a relação tutor-animal de estimação, bem como a morfologia, são fatores que influenciam como os animais de estimação interagem conosco e como interagimos com eles”, disse a autora Briseida Resende. Também participaram os pesquisadores Flávio Ayrosa, Carine Savalli e Natália Albuquerque.

De acordo com Ayrosa, pesquisas feitas no passado relacionam a violência à raça. Mas elas queriam demonstrar que as características físicas dos cães, o ambiente e a relação com tutores estão relacionados a comportamentos agressivos.

O estudo aponta que algumas características físicas podem influenciar no comportamento agressivo dos cães.

Os braquicefálicos (de focinho curto), por exemplo, como Pug, Buldogue Francês e Shih Tzu, são 79% mais propensos a serem agressivos. Além disso, quanto menor o tamanho e o peso, maior tende a ser a hostilidade do pet, muito por causa do medo, da hiperatividade e necessidade de atenção.

Como evitar que o meu cão seja agressivo?
Usando um questionário junto aos tutores que participaram do estudo, os pesquisadores encontraram três fatores que ajudam – e muito – a diminuir a agressividade nos cães:

Brincadeiras
Você brinca com o seu cachorro com frequência? Saiba que isso não é só importante para mantê-lo ativo e saudável, como também para evitar que ele se torne agressivo, de acordo com a pesquisa.

Passeios regulares
Passear com o seu cachorro faz bem tanto fisicamente (prevenindo a obesidade e promovendo o bem-estar) quanto mentalmente, evitando problemas de ansiedade, agressividade e até depressão.

É sempre importante lembrar que os cachorros ficam entediados facilmente, e isso pode ser estressante e prejudicial para a saúde deles. Portanto, como dissemos neste outro post, o mais indicado é fazer passeios diariamente – se possível, duas vezes ao dia!

“No caso do fator ‘passear com o cachorro’, por exemplo, pode ser que as pessoas passeassem menos com o cachorro porque o animal era agressivo, ou o cachorro pode ter se tornado agressivo porque o tutor não passeou o suficiente”, diz Ayrosa.


Nível de treinamento avançado
Quanto mais você treina e educa o seu cachorro, mais ele se tornará obediente e menos agressivo. Isso sem contar que os laços entre vocês vão se estreitar ainda mais. Portanto, que tal ensiná-lo a deitar, rolar ou até a fazer xixi e cocô no lugar certo?

Conclusão do estudo
O estudo brasileiro destaca que a agressividade é um comportamento natural contra ameaça, dor ou sentimentos de estresse e preocupação. Ou seja, uma forma de comunicação dos seres vivos.

“Em vez de determinar a agressão a um único fator comum às espécies ou raças específicas, nossos resultados reforçam como o comportamento individual, combinado com a genética, fisiologia, experiências de vida e contextos ambientais únicos dos cães, interagem ao longo do desenvolvimento para produzir os padrões de expressão observados”, aponta a pesquisa.





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