Ralf toma posse dizendo que foi "injustiçado" e prometendo postura neutra
Com a presença de familiares, como seu pai, o famoso coronel Leite, amigos, eleitores, que levaram faixas e fogos de artifício, Ralf Leite foi empossado novamente no cargo de vereador de Cuiabá, na manhã desta sexta-feira, 20. Chegou ao fim 940 dias, ou como ele afirma, dois anos, sete meses e 47 dias de uma luta que teve mais de 30 mandatos interpostos pela advogada Débora Siqueira nos Tribunais de Justiça de Mato Grosso e Brasília para conseguir voltar ao cargo. Ralf foi cassado em 2009 por falta de decoro parlamentar, após ser preso em visivel estado de embriaguez em companhia de um travesti menor, com quem estaria mantendo relação dentro do carro, na região do Posto Zero, em Várzea Grande - cidade da região metropolitana de Cuiabá.
Na solenidade, apenas o vereador Júlio Pinheiro, presidente do Legislativo. Os demais algozes de Ralf Leite, que não titubearam em cassá-lo, não deram as caras. O Legislativo está de recesso e a grande maoria fazendo campanha eleitoral, atrás de votos dos eleitores. Se faltaram os vereadores, vieram os amigos e familiares nesta segunda posse. E, evidentemente, a tradicional emoção com lágrimas nos olhos.
Se dizendo mais experiente e confiante, Ralf Leite disse que volta à Câmara da mesma forma com saiu: de cabeça erguida. “Volto de cabeça erguida, não como vítima, mas como injustiçado. Não coloco em mim coroa de santo, tive minhas falhas, mas o que fizeram comigo foi uma grande injustiça” - ressaltou lembrando dos 940 dias afastado, ou dois anos e 7 meses e 47 dias, lutando para recuperar o que sempre considerou seu direito.
No momento da assinatura, do ato de recondução foram ouvidos do lado de fora do prédio, na Avenida Barão de Melgaço muitos rojões, palmas em meio a várias faixas de boas vindas e uma da comunidade do Porto que o saudava.
Já como vereador, Ralf Leite disse que não pretende brigar na Justiça para disputar as eleições deste ano. Sem partido, ele argumentou que espera ser chamado por outras siglas para definir seu futuro político e confirmou que vai pensar em disputa partidária apenas em 2014, quando pleiteará uma vaga na Assembleia Legislativa.
Sobre seu novo mandato promete ter uma postura neutra, sem combate ao prefeito Chico Galindo e avisa que sua principal meta será a criação efetiva da Guarda Municipal em Cuiabá. “Venho de família militar, fui um militar e vou brigar pela segurança de nossa cidade. A criação efetiva da Guarda Municipal é fundamental neste processo”, avisa.
Ral Leite lembrou ainda que foram 940 dias de sofrimento grande para ele e família. “São nas derrotas que advogada Débora Siqueira. Ressaltou que perdeu 80% do mandato, mas vai trabalhar”.
Já o presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereador Júlio Pinheiro disse que foi incompreendido na ocasião da cassação de Ralf Leite. “Tenho orgulho de estar dando posse hoje a Ralf Leite. Ele colocou toda a decisão nas mãos de Deus. Não votei na sua cassação, Eu fui incompreendido, fui vaiado, alertei o pleno que não haveria uma brecha, mas sim uma avenida jurídica pra voltar. E foi o que aconteceu”, disse.
Segundo Júlio Pinheiro, Ralf pagou um alto preço e seus familiares também com todo este episódio de sua cassação. Ele garantiu que dar todo o apoio ao novo parlamentar, que será parceiro, irmão, mesmo em curto período de seis meses.
Comentários