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Cidades/Geral
Terça - 21 de Março de 2023 às 13:30
Por: Joanice de Deus/Diário de Cuiabá

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A quantidade do liquido desperdiçado corresponde a 775,07 litros por ligação ao dia
A quantidade do liquido desperdiçado corresponde a 775,07 litros por ligação ao dia

Em Cuiabá, 55,42% da água tratada distribuída se perde antes chegar às residências dos mais de 620 mil moradores.

A quantidade do liquido desperdiçado corresponde a 775,07 litros por ligação ao dia.

Em Várzea Grande, esse índice é de 70,71%.


É o que mostra a 15ª edição do ranking do saneamento 2023 do Instituto Trata Brasil, em parceria com GO Associados, com o foco nos 100 maiores municípios do Brasil.

O dado foi divulgado na segunda-feira (20), em referência à Semana da Água, e revela que o produto disponibilizado não foi contabilizado como volume utilizado pelos consumidores, seja por vazamentos, falhas nos sistemas de medição ou ligações clandestinas.

Apesar de ser um problema inerente ao abastecimento, o nível é considerado excessivo, sendo um dos gargalos do setor de saneamento já que a redução de perdas significaria maior eficiência das empresas prestadoras de serviços e menor desperdício de recursos naturais.

Contudo, o estudo aponta que Cuiabá foi a cidade com a maior variação positiva no ranking do saneamento com o foco nos 100 maiores municípios país, saindo da posição 55ª, em 2022, para a 32ª neste ano.

Já Várzea Grande, saltou da 92ª para 93ª no mesmo período.

Ainda em Cuiabá, segundo os dados do Trata Brasil, nesta edição em relação à passada, não houve elemento excepcional neste caso, mas sim uma melhora consistente em praticamente todas as dimensões do ranking.

O relatório faz uma análise dos indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano de 2021, publicado pelo Ministério das Cidades.

Na Capital, os indicadores de atendimento total de água e de esgoto correspondem a 98,13% e 76,43%, respectivamente.

Conforme o estudo, houve um incremento de 12,68 e 12,93 pontos percentuais nas coletas de esgoto total e urbana, respectivamente, de 14,40 pontos percentuais no tratamento de esgoto, de 17,68 pontos percentuais em ambos os indicadores de investimentos, total e do prestador, e redução de 2,98 pontos percentuais nas perdas na distribuição.

Em segundo lugar, aparece Niterói (RJ) e em terceiro aparecem Vitória (ES) e Vila Velha (ES).

Cuiabá também foi a capital que mais investiu, com R$ 369,33 por habitante.

A segunda capital que mais investiu em termos per capita foi São Paulo (SP) com R$209,33 por habitante, seguida de Natal (RN) com R$187,32 por habitante.

O patamar nacional de investimentos anuais médios per capita para alcançar a universalização, de acordo com dados do Plansab, é de aproximadamente R$ 203,51 por habitante.

"Nesta edição do Ranking, é observado que além da necessidade de os municípios alcançarem o acesso pleno do acesso à água potável e atendimento de coleta de esgoto, o tratamento dos esgotos é o indicador que está mais distante da universalização nas cidades, mostrando-se o principal gargalo a ser superado. Imagine o volume de 5,5 mil piscinas olímpicas. Essa é a carga poluente de esgoto não tratado no Brasil despejado irregularmente nos rios, mares e lagos todos os dias (quase 2 milhões de piscinas olímpicas por ano), que corrobora para a degradação do meio ambiente e, principalmente, impacta negativamente a saúde da população", avalia Luana Siewert Pretto, Presidente-Executiva do Instituto Trata Brasil.

Já Várzea Grande está entre os 10 municípios com piores índices referentes à coleta urbana de esgoto.

Na cidade, esse indicador é de apenas 29,50%. O menor percentual é verificado em Marabá (PA), com 0,73%.

Já quanto ao atendimento de água, o percentual apresentado entre a população várzea-grandense é de 98,15%.

Por lá, o investimento médio é de apenas R$ 18,75 por pessoa.

De acordo com o Trata Brasil, a situação dos municípios com indicadores negativos se torna ainda mais preocupante, uma vez que os habitantes dessas localidades continuam em uma realidade precária em relação aos serviços básicos, sendo impactados negativamente pela falta do acesso à água potável e, principalmente, por não terem atendimento digno de coleta e tratamento de esgoto.

Com metas definidas pelo Novo Marco Legal do Saneamento (Lei Federal 14.026/2020), o país tem como propósito fornecer água para 99% da população e coleta e tratamento de esgoto para 90%, até 2033.

Desta forma, o ranking do saneamento 2023 liga um alerta, seja para as capitais brasileiras, como também para os municípios nas últimas posições, para que possam atuar pela melhoria dos serviços.

Na Capital, o serviço de saneamento básico é de responsabilidade da Águas Cuiabá.

Tanto a Concessionária como a Prefeitura garantem que a cidade vem recebendo expressivo investimentos na área.

Em novembro passado, a administração da capital mato-grossense recebeu uma premiação promovida pelo Instituto Trata Brasil, na categoria inovação e tecnologia.

O reconhecimento é fruto de uma série de investimentos planejados que o município tem feito, desde 2017.

Ainda em 2017, apenas 132 bairros eram atendidos com o saneamento, esse número saltou para atuais 226 bairros.

Já em 2017 a 2022, foram investidos quase R$ 900 milhões em obras de saneamento básico. A meta é chegar, até dezembro de 2024, a mais de R$ 1,2 bilhão injetados nesta área.

Em Várzea Grande, a Prefeitura também afirma que vem trabalhando intensamente para dar solução ao problema de falta d'água nos bairros.

Novos investimentos estão no planejamento da administração municipal em relação à água e esgoto para a cidade de Várzea Grande.

Serão ao menos R$ 200 milhões investidos neste ano de 2023 e mais outros R$ 200 milhões para 2024.

Além da estação de tratamento de água (ETA) do grande Cristo Rei, em funcionamento desde 2021, e produzindo 320 litros por segundo ou 27,6 milhões de litros de água todos os dias, está em andamento a construção da ETA Barra do Pari, na região do Chapéu do Sol.

A ETA Barra do Pari terá capacidade de tratar 250 litros por segundo ou 21,6 milhões de litros por dia com capacidade de tratamento de 125 litros por segundo, ou 10,8 milhões de litros por dia.

Depois de pronta, atenderá cerca de 140 mil pessoas de 30 bairros de Várzea Grande.





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