MP investiga denúncia de favorecimento de presos do CV
Após declaração do deputado Wilson Santos (PSD) de que colegas parlamentares teriam pedido ao ex-secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, a reinstalação de tomadas nas celas de presídios onde estão líderes do Comando Vermelho, o Ministério Publico do Estado de Mato Grosso, por meio do Núcleo de Ações de Competência Originária (NACO), instaurou Procedimento Preliminar de Investigação para apurar o fato e os envolvidos.
O coordenador do Naco, promotor de Justiça Marcos Regenold Fernandes, ressalta que, embora não tenham sido identificados os agentes políticos supostamente envolvidos, as condutas aviadas se amoldam ao crime envolvendo organização criminosa disciplinado pelo art. 2 da Lei 12.850/2013.
O referido artigo define diz sobre "Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações penais praticadas".
“É imperioso, neste momento, proceder diligências investigatórias preliminares visando esclarecer o contexto fático das informações ventiladas na mídia, assim como obter elementos mínimos que corroborem a existência, ou não, de infração penal, além da identificação dos agentes envolvidos, para que, só então, seja deliberado pela instauração de inquérito policial”, afirmou.
Wilson Santos contou, em entrevista, que durante a campanha do ano passado foi barrado em alguns bairros da Capital por integrantes de facções criminosas, que já estavam "fechados" com outros candidatos.
Na ocasião, ele procurou o ex-secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, para cobrar providências. "Você é o primeiro que vem aqui para pedir providências. Seus outros dois ou três colegas que vieram aqui, vieram me pedir pra reinstalar tomadas para que os líderes do crime organizado que estão presos possam recarregar a bateria dos seus celulares”, teria respondido Bustamante, segundo o deputado estadual.
Logo após a denúncia do deputado, o governador Mauro Mendes (União) o convocou a dar nomes de quem seriam os parlamentares beneficiados pela facção.
“Realmente é algo grave, concordo. Tenho que tomar conhecimento com um pouco mais de profundidade, mas como governador me cabe encaminhar [as denuncias], porque não é o governador quem investiga, nem quem tem poder de polícia. Quem tem que investigar é a Polícia Civil e o Ministério Público. Eu, como cidadão, fico perplexo vendo um deputado falar isso. Isso merece, por parte de quem tem o dever de investigar, verificar se tem procedência", disse o governador.
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