Possibilidade de não duplicação da “Imigrantes” gera polêmica Alegação é o alto custo para duplicação da Rodovia dos Imigrantes; anel viário é cogitado para ser construído

A informação de que a Rodovia dos Imigrantes, entre Cuiabá e Várzea Grande, não será duplicada, mas passará por obra de restauração com previsão da construção de um anel viário, gerou polêmica. Ontem (10), o deputado estadual Júlio Campos criticou o fato da rodovia ficar de fora do pacote de duplicação da BR-163, que no trecho entre as duas cidades, é sobreposta pela “Imigrantes”.

A informação foi dada à imprensa pelo ex-senador Cidinho Santos, presidente do Conselho de Administração da Nova Rota, no dia 05 deste mês durante cerimônia de assinatura, por parte do governador Mauro Mendes, de cinco ordens de serviço para início imediato das obras de recuperação na BR-163.

O Estado, que por meio da MT Par assumiu a concessão da rodovia. A alegação para não duplicação é o alto custo com a desapropriação. A proposta da construção de um anel viário, no entanto, ainda será levada para aprovação da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT).

Júlio Campos rechaça o motivo alegado e não descarta acionar a Justiça para garantir as melhorias. "É conversa fiada, é blefe da MT Par que precisa de desapropriação, não precisa. O que eles querem fazer é economia de dinheiro. Se não fizer o melhoramento do trecho urbano, nós políticos várzea-grandenses vamos entrar até com ação popular. É um desaforo. É um desprezo. Mais uma vez o governo do Estado quer tratar a grande Cuiabá com certo desinteresse, como não deveria", disse em entrevista à imprensa.

Júlio enfatizou que um grupo de parlamentares já movimenta para buscar soluções. "Essa é uma das rodovias de Cuiabá e Várzea Grande mais movimentadas, por onde passam 20 mil veículos, caminhões pesados por dia. Agora, falar que não vai duplicar? Vão gastar R$ 1 bilhão para fazer essa obra e não vai poder gastar R$ 30 milhões nesse trecho? Vamos exigir isso", afiançou. Ainda hoje (11), parlamentares devem ir até Cidinho Santos para cobrar explicações sobre o projeto.

FRENTES DE TRABALHO - No dia 05 passado, o governador Mauro Mendes assinou cinco ordens de serviços autorizando o início imediato das obras de recuperação da BR-163. A medida ocorreu após a troca de controle acionário da antiga Concessionária Rota do Oeste, agora Nova Rota do Oeste, da Odebrecht Transport (OTP) para a MT Par, empresa de economia mista de Mato Grosso.

Os serviços somam R$ 202,5 milhões e três frentes de trabalho já iniciaram e outras duas estão previstas para começar até o final de maio. Conforme informações da Rota, as empresas foram contratadas para a recuperação do pavimento da Rodovia dos Imigrantes (do km 495,5 ao km 524 da BR-070) por R$ 22,6 milhões; de Cuiabá a Jangada (do km 434,4 ao km 502,7 da BR-364) por R$ 49,3 milhões; de Jangada a Rosário Oeste (do km 502,7 ao km 543,5 da BR-364) por R$ 37,2 milhões; de Nova Mutum a Lucas do Rio Verde (do km 593 ao km 693 da BR-163) por R$ 44,9 milhões e de Lucas do Rio Verde a Sinop (do km 693 ao km 855 da BR-163) por R$ 48,3 milhões. Está na fase de mobilização as obras a serem executadas de Cuiabá a Rosário Oeste (BR-364).