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Sexta - 12 de Maio de 2023 às 16:24
Por: Por Amábile Monteiro*, g1 MT

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Conhecidos pelo tamanho e considerados os primeiros habitantes da terra, os dinossauros continuam sendo um mistério mesmo após milhões de anos de extinção. No Rio de Janeiro, a mestranda em paleozoologia, Letícia Lacerda, está desenvolvendo uma pesquisa que tem por objetivo descobrir a origem e história evolutiva de fósseis que foram descobertos na região de Tesouro, a 385 km de Cuiabá.

A pesquisa de Letícia começou depois que o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, pegou fogo, em 2018. Ao g1, ela contou que, como os ossos foram atingidos no incêndio, o material está bastante frágil e, por isso, tudo é manuseado com cuidado.

“Infelizmente o incêndio atingiu os fósseis em grandes proporções, então, por mais que eu esteja estudando os blocos, eu quase não os manuseio, nem chego a retirar as vértebras do bloco porque tenho medo de quebrá-los”, disse.
A mestranda Letícia Lacerda baseia a pesquisa nas relações evolutivas de dinossauros que viveram no período Cretáceo — Foto: Letícia Lacerda/Arquivo pessoal

A mestranda Letícia Lacerda baseia a pesquisa nas relações evolutivas de dinossauros que viveram no período Cretáceo — Foto: Letícia Lacerda/Arquivo pessoal

Segundo a mestranda, a tragédia fez marcas irreversíveis nos blocos, o que dificulta o trabalho, mas não compromete, completamente, a análise do material.

“Os ossos que estou estudando estão com manchas de fogo. Eles realmente estão queimados, mas isso não afeta diretamente na pesquisa, até porque os minerais que continham neles, no começo, já nem existem mais, devido à quantidade de tempo que possuem”, explicou.

A tese do mestrado de Letícia é baseado nas relações evolutivas de dinossauros que viveram no período Cretáceo, tempo geológico, brasileiro. De acordo com ela, essa nova pesquisa pode abrir portas para que novos fósseis sejam descobertos.

“Esse é o material mais completo já encontrado em Mato Grosso, então, com isso, a gente mostra o potencial que a região possui para que aconteçam novas escavações, que podem até descobrir materiais mais completos. De modo geral, a minha tese tem como objetivo verificar se essa é uma nova espécie no Brasil e até se era comumente encontrada naquela área”, contou.
Dois blocos de fósseis foram descobertos no município de Tesouro, durante as expedições de 2003 e 2005 — Foto: Letícia Lacerda/Arquivo pessoal

Dois blocos de fósseis foram descobertos no município de Tesouro, durante as expedições de 2003 e 2005 — Foto: Letícia Lacerda/Arquivo pessoal

2003 e 2005, realizadas no interior mato-grossense, onde foram descobertos os fósseis.

“Nesse período, dois blocos de ossos foram coletados e encaminhados para o museu para serem usados na área de estudos. O local possui cerca de seis mil exemplares vertebrados e, por isso, grande parte do material fica guardado dentro de uma reserva, na própria instituição, já que não temos espaço para expor todos”, explicou.

Para Kellner, o estudo dos fósseis é essencial e a restauração é importante para que os alunos trabalhem com um material que permita descobrir mais sobre os animais e os habitats que eles viviam.

“Em 2018, quando a tragédia do incêndio ocorreu, muitos desses fósseis acabaram sendo destruídos. A restauração começou a ser feita e só foi concluída em 2021. Agora que os materiais estão restaurados, já estão sendo usados, novamente, por estudantes como a Letícia”, concluiu.

*Sob supervisão de Kessillen Lopes





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