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Quinta - 18 de Maio de 2023 às 13:42
Por: Khayo Ribeiro/Gazeta Digital

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Deputado estadual Gilberto Cattani (PL) comparou a gestação de mulheres à das vacas durante reunião de abertura da Frente Parlamentar de Combate ao Aborto - Pró-Vida, na manhã desta quarta-feira (17).

Comissão foi instalada na tarde de segunda-feira (15) por deputados que compõem a bancada conservadora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Grupo é comandado pelo parlamentar Cláudio Ferreira (PTB), que assim como Cattani foi eleito sob a bandeira do bolsonarismo.

Durante a reunião de abertura, Cattani iniciou seu momento de fala citando a reprodução bovina em seu sítio. Com detalhes sobre a gestação das vacas, o deputado fez um paralelo sobre fetos de filhotes e de bebês.

"Quando minha vaca entra no cio, está no período fértil, e o touro cobre minha vaca, então ela está prenha. Isso é natural. Agora, eu pergunto a qualquer pessoa: o que tem na barriga da minha vaca?", disse.

"Se você pedir para essas feministas ou para essas pessoas que defendem o assassinato de bebês no ventre das mães, elas vão dizer que lá tem o feto. Não é o bezerro. Assim como eles falam da mulher, que dentro da barriga da mulher até a sexta semana é um tipo de coisas, um amontoado de células, e que depois vira uma criança", acrescentou.

Ao ignorar a origem científica da nomenclatura relacionada ao período de gestação, o deputado sustentou seu discurso apontando que o termo feto é utilizado para supostamente "desmerecer a criança".

"Então, lá no meu sítio eu sei que tenho um bezerro a mais. A partir do segundo que minha vaca foi fecundada pelo sêmen do touro, eu tenho um bezerro a mais na minha fazenda. Eu vou esperar só 9 meses, ele vai nascer e assim por diante", declarou.

Comissão

Grupo foi instalado para fomentar em Mato Grosso o discurso contra o aborto, sob a denominação pró-vida. Parlamentares alegaram na criação da Comissão que a iniciativa busca fortalecer políticas públicas que garantam apoio emocional a mulheres que vivam uma gravidez não planejada.

No ato, compareceram políticos e integrantes de movimentos que visam convencer mulheres a manter gestações indesejadas ou não planejadas, entre outros membros da sociedade.

No Brasil, o aborto é autorizado em apenas três casos: a gravidez decorrente de estupro, risco à vida da mulher e anencefalia do feto.

Nessas hipóteses, a gestante tem o direito de escolha pelo procedimento para interromper a gravidez ou por manter a gestação. A matéria é de competência exclusiva da União. As alterações legislativas, portanto, só podem ser feitas por discussão no Congresso Nacional.

Veja vídeo a partir de 13 minutos e 15 segundos.





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