Ataques de cobras exigem soro específico; veja o que fazer
Ataques de cobras são mais comuns do que se vê no dia-a-dia, principalmente em áreas verdes, mas o que surpreende é que pessoas ainda morram por conta de picadas destes animais. Há poucas semanas uma mulher morreu após ser picada por uma jararaca, em Chapada dos Guimarães (67 km ao norte), enquanto estendia roupas no varal do quintal de casa.
Marciele de Pinho Silva, 36, terminava de colocar as roupas para secar, dia 7 de maio, quando houve o ataque. Ela foi socorrida e levada para um hospital da cidade, onde recebeu 8 soros antiofídico. Depois, equipe da unidade a levou para o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), mas ela não resistiu.
De acordo com a secretária de saúde de Chapada dos Guimarães, Rosa Blanco, acontecem muitos casos na cidade, porque se trata de local com cachoeiras, montanhas, rios, etc., ao redor. Portanto, fica mais sucetível a ter registros de casos assim.
"Somente este ano já foram registradas 20 picadas de cobra, na cidade, sendo que todas receberam o devido soro próprio para cada espécie. Depois dessa pessoa [Marciele] já tivemos mais duas que receberam as oito ampolas e já estão bem. A gente não fica sem e sempre está pedindo. Pedimos na medida que for feita, porque o Estado não libera uma quantidade muito grande, a medida que vai usando, a gente vai solicitando".
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT), de janeiro a maio deste ano, Mato Grosso recebeu do Ministério da Saúde 3.467 doses de soro antiofídico para picada de cobra. Antídoto é encaminhado aos municípios conforme pedido de cada prefeitura. A Pasta não informou dados de quantas pessoas já foram picadas no Estado ou que precisaram usar o soro.
Você sabe o que fazer se for ou ver alguém sendo picado por uma serpente?
Há 4 grupos de serpentes venenosas e um soro antiofídico específico para cada uma. É importante manter a calma no momento da picada e, se possível, fotografar o animal para mostrar ao médico para identificação e uso do soro correspondente.
Clínico geral e plantonista de Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Otávio Oliveira, pontua que, em caso de acidente envolvendo picadas de cobras, é fundamental ter tranquilidade e realizar os primeiros socorros corretos.
“A pessoa que levou a picada deve permanecer em repouso, hidratar-se e manter o local do ferimento elevado, além de ter que ser levada urgentemente ao hospital de referência para o tratamento de acidentes ofídicos mais próximo. Lembrando que, a pessoa não deve em hipótese alguma fazer preparos caseiros para tentar curar a ferida e ficar em casa. Picadas de serpentes podem levar a morte se não tratadas de forma rápida e correta”, explicou o médico.
Ministério da Saúde recomenda que não se deve cortar, furar ou amarrar o local da picada com garrotes ou torniquetes. Essas medidas só agravam a situação, muitas vezes tornando um acidente leve em um difícil tratamento.
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