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Economia
Quinta - 22 de Junho de 2023 às 06:37
Por: Marianna Peres/Diário de Cuiabá

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A alta interrompe uma tendência de queda observada nos últimos três meses
A alta interrompe uma tendência de queda observada nos últimos três meses

Com mais uma alta semanal, dessa vez atingindo o valor médio de R$ 765,53, a cesta básica em Cuiabá se tornou, nesta semana, a terceira mais cara do País.

Conforme atualização do Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio Mato Grosso (IPF/MT), a variação semanal da cesta impôs alta de 0,75% sobre o boletim mensal de maio, no comparativo com o mês anterior, totalizando R$ 765,53.

A alta interrompe uma tendência de queda observada nos últimos três meses.

O resultado atual somente é menor do que São Paulo e Porto Alegre, que têm o primeiro e o segundo valores mais caros do Brasil, respectivamente, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

No mês anterior, a capital cuiabana permanecia no quarto lugar, o que evidencia um crescimento em seu preço.

O superintendente da Fecomércio/MT, Igor Cunha, também destacou o avanço no preço da cesta em Cuiabá, dentre as capitais analisadas pelo Dieese.

“Tal fator consolida a alta nos preços dos alimentos na Capital, inclusive, no comparativo com o mesmo período de 2022, apresentando um crescimento de 9,28%, quando a cesta custava R$ 700,55”.

Cerca de 54% dos alimentos que compõem o conjunto de mantimentos básicos apresentaram crescimento em seu valor médio.

O aumento no valor da cesta foi influenciado, principalmente, pelo preço do tomate e da batata, que obtiveram crescimento mensal de 7,25% e 4,39%, respectivamente.

Segundo análise do IPF/MT, o avanço no preço do tomate pode estar associado ao período de transição de uma safra para outra, com redução da oferta do fruto.

Além disso, as temperaturas baixas de alguns períodos retardam a maturação do fruto, contribuindo para uma menor disponibilidade do produto nos mercados.

Com relação à batata, as chuvas nas regiões produtoras prejudicaram a colheita do tubérculo, restringindo a oferta do produto, interrompendo uma sequência de três meses em queda.

Igor cunha reforça que “os alimentos que mostram maiores variações no mês de maio, possuem relação nessas modificações voltadas às questões climáticas e mercadológicas de preço e produção, como o caso do óleo de soja e a farinha de trigo”.

A queda no preço do óleo de soja, de 5,85%, pode estar ligada as baixas cotações da soja no mercado internacional e o resultado recorde de soja no Estado, o que acaba por baratear os custos de produção do item.

Tal condição tem possibilitado que o produto contabilize a quarta queda mensal no seu preço.

Já a farinha de trigo, que apresentou recuo de 2,23% em relação ao mês anterior, o que pode estar atrelado à renovação do acordo de exportação entre a Rússia e a Ucrânia, que mantém a oferta global do produto, já que ambos os países são grandes produtores de trigo.

Ainda conforme o IPF/MT, a diminuição no preço da matéria-prima da farinha mantém os custos de produção baixos.

“Na comparação com outras 17 cidades, a Capital mato-grossense segue tendência de crescimento junto com outras sete. O contexto atual do Estado é de uma das menores taxas de desemprego do país, além de outros dados positivos, que podem influenciar na renda disponível pelas famílias e, consequentemente, no comportamento dos preços locais”, completou o superintendente da Fecomércio/MT.

PANORAMA - Em maio, o valor médio da cesta básica de alimentos caiu em cinco das oito capitais analisadas pela plataforma Cesta de Consumo Horus & FGV IBRE, na comparação com abril deste ano.

As variações foram de -2,1% e -0,6% e, nas capitais onde houve aumento, as altas foram de 0,2% a 0,5%.

As cidades que registram as maiores quedas foram Fortaleza e Brasília, com -2,1% e -1,4%, respectivamente.

Já as maiores altas foram observadas em Salvador e Manaus, com 0,5% e 0,3%, respectivamente.

A cesta mais cara continua sendo a do Rio de Janeiro (R$ 918,25), seguida pelas de São Paulo (R$ 853,05) e Brasília (R$ 736,88).

Por outro lado, as capitais: Belo Horizonte (R$ 623,60), Manaus (R$ 668,73) e Curitiba (R$ 709,18) registraram os menores valores.

ANÁLISE POR PRODUTO - Dos 18 produtos da cesta básica, apenas um apresentou queda de preço em todas as capitais: óleo de soja.

Segundo o estudo, a redução reflete a alta na oferta ocasionada pelo aumento da área de plantio de soja no país.

Além do óleo, outros produtos que tiveram queda de preço em quase todas as capitais foram margarina, café e pão. J

á dentre os itens que registraram alta na maioria das capitais, estão ovos, massas alimentícias secas, leite UHT, fubá e farinhas de milho.

RESULTADOS DE 2023 - Nos últimos seis meses, a variação acumulada no valor da cesta básica caiu em sete das oito capitais, com reduções que variam de -12,6% a -0,6%.

Apenas no Rio de Janeiro foi registrado aumento no período, com alta de 4,9%.





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