Deputada acusa Abílio de transfobia e pede cassação de mandato Deputado federal mato-grossense emitiu nota se defendendo das acusações
A deputada federal Erika Hilton (PSOL/SP) e seu partido pediram a cassação do mandato do deputado federal Abílio Brunini (PL /MT). O parlamentar mato-grossense é acusado de homotransfobia contra a parlamentar durante uma sessão da CPMI do Dia 8 de Janeiro, em Brasília.
O documento enviado à Comissão de Ética da Casa - e assinado pela bancada do PSOL na Câmara - afirma que a deputada foi alvo de homotransfobia, prática considerada crime previsto em lei, além de violência política e de gênero.
Erika ganhou notoriedade por ser a primeira mulher trans e negra eleita deputada federal no Brasil.
“O representado [Abílio Brunini] lança mão de artifício extremamente vil a fim de manter sua base eleitoral em constante agitação: publica-se vídeo/corte em flagrante ataque a determinada minoria social, o que gera engajamento da base e ampliação do discurso que incita a violação de direitos humanos", afirma a representação.
Edilson Rodrigues/Agência Senado
A deputada Erika Hilton, que pediu a cassação de Abílio, durante sessão da CPMI
O caso ocorreu após Erika criticar o deputado, que já havia sido repreendido pelo presidente da comissão, Arthur Maia (União/BA), por filmar e supostamente debochar de parlamentares adversários. A deputada disse que Abílio precisava "tratar sua carência" em outro lugar e continuou discursando.
No entanto, o senador Rogério Carvalho (PT) a interrompeu para dizer que Abílio foi homofóbico.
“O seu Abílio foi homofóbico. Fez uma fala homofóbica quando a companheira estava se manifestando. Ele acusou e disse que estava ‘oferecendo serviços’. Isso é homofobia, é um desrespeito”.
“Peço a vossa excelência que o senhor peça para o deputado se retirar do plenário”, disse.
Contra Abílio Brunini, assinam a representação: o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, e os deputados do partido Guilherme Boulos (SP), Fernanda Melchionna (RS), Tarcísio Motta (RJ), Chico Alencar (RJ), Célia Xakirabá (MG), Glauber Braga (RJ), Pastor Henrique Vieira (RJ), Ivan Valente (SP), Luciene Cavalcante (SP), Luiza Erundina (SP), Sâmia Bomfim (SP) e Talíria Petrone (RJ).
Abílio Brunini então emitiu uma nota se defendendo da acusação.
No documento, ele afirma que sempre tratou a deputada com respeito, não tendo desferido nenhuma palavra em direção a ela. "Não admito homofobia, não admito. Peço respeito a todos, peço respeito a mim também", escreveu.
Leia:
“Após o caso envolvendo o nome do deputado Abílio BRUNINI (PL MT) nesta terça-feira, o parlamentar pediu que a polícia investigue com celeridade o caso.
“Não tem. Não tem um ataque meu à Erika. Sempre tenho a tratado com respeito, e não desferi nenhuma palavra em direção a ela, assim como a nenhum outro Parlamentar, nem por questão de gênero, nem por nada. Mas os sites de notícias, os veículos, as pessoas da esquerda, Deputados de esquerda que estão publicando no Twitter têm me atacado como homofóbico, coisa que eu não admito, Sr. Presidente.” Disse Abilio.
Abílio ainda pediu respeito aos parlamentares.
“Não admito homofobia, não admito. Peço respeito a todos, peço respeito a mim também. Não posso deixar que essa narrativa seja consagrada ou uma narrativa construída, Sr. Presidente, ou uma narrativa elaborada.
Eu não tenho interesse algum em destratar qualquer pessoa aqui por questão de gênero, assim como não tenho feito até o momento.
Abílio Brunini relembra o seu trabalho na comissão que investiga os atos do 8 de janeiro, e se coloca à disposição para os procedimentos legais”.
Veja:
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