Laszlo Csatary era o chefe de polícia do gueto judeu da cidade eslovaca de Kosice, no qual 15.700 judeus foram assassinados ou levados ao campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia, durante a ocupação pela Alemanha nazista deste país que era até então a Tchecoslováquia.
Laszlo Csatary vivia tranquilamente em Budapeste há 17 anos, sob sua verdadeira identidade e apesar das informações sobre seus antecedentes terem sido transmitidas à justiça húngara há mais de dez meses pelo Centro Simon Wiesenthal, baseado em Jerusalém.
Segundo os documentos de arquivo deste centro, Csatary tratou cruelmente os judeus do gueto, espancando as mulheres e obrigando-as a cavar trincheiras com as mãos.
Antes de regressar a Budapeste, Csatary, condenado à morte à revelia em 1948 pela Tchecoslováquia, refugiou-se no Canadá, em Montreal e Toronto, onde viveu com uma identidade falsa. Em 1995, as autoridades canadenses descobriram a sua verdadeira identidade, mas o homem em questão já havia fugido para a Hungria.
Antes de sua fuga, havia reconhecido perante os investigadores canadenses sua participação na deportação de judeus, embora tenha informado que seu papel era limitado.
Em abril, o Centro Simon Wiesenthal, nome do famoso caçador de nazistas, um judeu austríaco que morreu em 2005 e cujas investigações em todo o mundo permitiram a descoberta de dezenas de criminosos nazistas, colocou Laszlo Csatary no topo da sua lista de criminosos de guerra nazistas mais procurados do mundo.
Alimentados por informações fornecidas pelo Centro, repórteres do jornal britânico The Sun descobriram o paradeiro do antigo chefe da polícia e conseguiram encontrá-lo. A revelação foi feita na edição de domingo, dia 15 de julho, no site do The Sun. Csatary havia dito aos repórteres: "Eu não fiz nada, saiam daqui", antes de bater a porta na cara deles.
Desde então, Csatary não respondia.
Csatary é considerado o criminoso nazista "mais procurado" porque atualmente há poucos foragidos e vivos. "Todos têm mais de 90 anos", indicou Serge Klarsfeld, presidente da Associação de Filhos e Filhas de deportados judeus da França, acrescentando que não estava certo sobre se haveria "uma ação judicial com este governo conservador" do primeiro-ministro húngaro Viktor Orban.
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