Atendimentos para mulheres que sofreram violência cresce 95% em Cuiabá Para combater as violências, a delegada pontuou que o uso de tecnologia tem sido uma ferramenta para conter as violências
Mais de 6 mil mulheres buscaram atendimento nas unidades de Segurança em Cuiabá em 2022. O número representa um aumento de 95% nos atendimentos em relação a 2021, de acordo com a delegada titular da Defesa das Mulheres, Jozirlethe Magalhães Criveletto que participou nesta terça-feira (18), do Papo das 7, do Bom Dia MT.
Crivelleto foi entrevistada do Papo das 7. (Foto: TVCA)A delegada justifica que o aumento nos registros se dá no sentido da maior procura das vítimas, que com a conscientização, conseguem romper o silêncio e fazer as denúncias.
Apesar disso, ainda há mulheres que não tem conhecimento sobre os cinco tipos de violência doméstica e familiar que constam na Lei Maria da Penha: a física, psicológica, moral, sexual e patrimonial.
“Tem mulheres que chegam na delegacia que não conhecem a violência psicológica. […] Muitas vezes ela não associa aquela depressão, aquela autoestima que não está legal, não está boa, com o relacionamento que vem sendo abusivo ao longo do tempo”, explica.
Segundo a delegada, o ciclo de violência que as mulheres estão ou estavam costuma durar muitos anos. “Nós temos casos de mulheres que estavam vivendo esse tipo de caso há mais de 8, 9 anos”, disse.
Criveletto explica que para entender melhor o que representa esse tempo é importante buscar políticas de prevenção e para rompimento desses abusos.
“Não é só dizer ‘vamos denunciar’, mas é fazer com que ela enxergue que ela realmente participa de uma relação violenta e um ciclo abusivo”.
Para combater as violências, a delegada pontuou que o uso da tecnologia tem sido uma ferramenta para conter os casos, como o botão do pânico.
Anuário
O Anuário da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá mostra que as vítimas são mulheres de 35 e 45 anos, separadas, na maioria dos casos.
Os bairros Dom Aquino, Pedra 90 e Jardim Imperial são os que tiveram maior incidência de registros de violência.
A análise mostra que foram atendidas 6.081 mulheres pela Delegacia Especializada de Defesa da Mulher e o Plantão de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica e Sexual de Cuiabá.
Perfil dos suspeitos
Os suspeitos são na maioria homens desempregados ou sem profissão comum. Geralmente eles são ex-conviventes das vítimas.
“Chama atenção esse sentimento de posse. Que mesmo após esse relacionamento terminado, mesmo quando ele não tem mais vínculo com essa continua imaginando que ele é proprietário, ou que ele tem algum direito sobre o corpo e a integridade física dessa vítima”, pontua a delegada.
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