Botelho critica forma de seleção de estudantes para escolas militares de MT

Presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Eduardo Botelho (União), criticou duramente a forma de seleção dos estudantes para as escolas militares de Mato Grosso. A declaração ocorreu após ele receber relatos de pais e professores.

Segundo ele, o que foi relatado é de que a seleção para as escolas militares acontece por meio de notas. “O que me passaram é de que eles fazem seleção, escolhem só os melhores alunos e largam os demais para fora. E tem uma regra lá que, qualquer coisa, expulsa o aluno e pega outro. Quer dizer, a gente joga esse aluno para onde? Para outras escolas. Temos que ver isso”, disse Botelho durante entrevista ao programa Cidade Alerta nessa segunda-feira (31).

A declaração ocorre em meio a proposta do governo Mauro Mendes (União), para criar 100 escolas cívico-militares nos próximos 3 anos.

Segundo Botelho, o trâmite dependerá da forma como o projeto chegará. Se as escolas serão criadas ou transformadas. Para ele, caso seja criada 100 novas escolas, ele apoiará integralmente o projeto, alegando que é um entusiasta das escolas cívico-militares.

Caso seja transformar escolas já existentes, ele defende um amplo debate com os professores, técnicos da educação e toda comunidade escolar, com pais e estudantes.

“Eu acho que se for fazer escolas novas, vai construir? Beleza, já tem a minha aprovação. Agora se for transformar, aí olha gente, vamos ter que discutir isso novamente. Porque do jeito que está sendo feito, aí que me passaram, que estão só selecionando os melhores alunos, e aí lógico que tem resultado, e não é por aí. Agora vai ser uma discussão, nós vamos abrir aqui, mas vamos como sempre nós fizemos, ouvindo todos, pedagogos, professores, o Sintep, os pais e alunos”, completou.

A decisão do governo em ampliar as escolas cívico-militares, ocorre após o governo federal ter anunciado o fim do programa de escolas militares criado no governo Bolsonaro. Caso o governo do Estado cumpra a meta, Mato Grosso deverá ter aproximadamente 1/5 de unidades desse modelo de todo o Brasil.

Conforme dados do Ministério da Educação (MEC), no Brasil existem pelo menos 494 escolas cívico-militares ou militarizadas ligadas à Polícia Militar, ou ao Corpo de Bombeiros.